Os ministros da Administração Interna da União Europeia (UE) ponderaram esta quinta-feira uma maneira de alargar para lá de 2025 a proteção temporária à população ucraniana que fugiu do país por causa da invasão russa.
A proteção temporária foi alargada até março de 2025, mas a incerteza quanto ao desfecho da guerra no território ucraniano, sem fim à vista, poderá impossibilitar o regresso dos cidadãos que figuram do país quando Moscovo iniciou uma invasão em larga escala.
Foi isso que os ministros, incluindo José Luís Carneiro, discutiram na reunião informal dos titulares das pastas da Justiça e da Administração Interna, em Bruxelas, no âmbito da presidência belga do Conselho da UE.
Mas não houve consenso. "A UE decidiu conversar sobre isto e continuar em contacto com as autoridades ucranianas para decidir proximamente", disse a ministra de Asilo e Migração da Bélgica, Nicole De Moor, em conferência de imprensa no final.
Apesar de não haver previsão de mais prorrogações do estatuto de proteção temporária, a ministra explicou que não é impossível um cenário em que há mais uma extensão, mas o ideal seria pensar em "cenários diferentes e explorar outras medidas".
Já a comissária europeia dos Assuntos Internos, Ylva Johansson, referiu que o executivo comunitário ainda não tem propostas para resolver esta questão, mas está a analisar todas as soluções possíveis.
A União Europeia criou um estatuto de proteção temporária que facilitou, entre outras coisas, os vistos para cidadãos ucranianos, a possibilidade de arranjarem empregos e métodos de integração nos países do bloco político-económico que é um dos principais polos de apoio à Ucrânia, na guerra contra o Kremlin.
No entanto, com a guerra, hoje de atrito, sem fim à vista e sem perspetiva de um cessar-fogo que dê segurança à população para retomar as suas vidas, Bruxelas questiona sobre o que fazer com os milhares de cidadãos ucranianos que ainda estão no território dos 27.