A partir de junho, vão ser ativados os radares de velocidade em Lisboa, sobretudo nas vias rápidas. Mas o presidente da Câmara defende que a medida não pode ser vista como “uma caça à multa”, uma vez que os equipamentos vão estar bem sinalizados.
“Penso que os radares devem ser preventivos e não punitivos. Devem ser algo que as pessoas sabem onde estão e estes radares vão estar totalmente assinalados, ou seja, as pessoas sabem que ali há um radar e que vão ter de respeitar uma determinada velocidade. Se não respeitarem, é uma escolha deles”, considerou Carlos Moedas nesta sexta-feira, à margem da cerimónia de assinatura do Acordo de Transportes Gratuitos entre a Câmara e os Transportes Metropolitanos de Lisboa.
Da mesma maneira, “no caso da EMEL – que é nossa empresa pública municipal que passa as multas de estacionamento – que nós não queremos estar aqui numa atitude punitiva”, acrescentou o autarca.
Na opinião de Moedas, “é uma atitude preventiva, é falar com as pessoas daquilo que são as regras, de certa forma, tratar com as pessoas de uma maneira diferente para prevenir e não punir. A caça à multa é punir e o meu estilo de governação não é esse”, garantiu.
Ciclovia sai ou não?
Noutro plano, o presidente da Câmara de Lisboa voltou a garantir que a decisão de retirar metade da ciclovia do lado direito da Avenida Almirante Reis foi tomada depois de ouvir “mais de 600 pessoas, incluindo vereadores da oposição, do PCP”.
Por isso, Carlos Moedas vai votar contra a nova proposta de consulta pública pedida pelo Bloco de Esquerda.
“Aquilo que eu decidi foi decidido com as pessoas. O Bloco de Esquerda agora vem e diz que quer uma nova consulta pública. Eu não estou de acordo, obviamente, porque já consultámos as pessoas”, sustenta.
“Mas, se for assim – e esta medida vem segunda-feira à reunião de Câmara – se isso for exigido pelos vereadores da oposição, eu vou votar contra, porque isso já foi feito. Sobre isso, há muito pouco a apontar-me”, declarou.
Mudanças na utilização da água e luz
Uma das prioridades do presidente da Câmara de Lisboa é tornar a capital numa cidade neutral em carbono até 2030. Para tal, estão em curso várias iniciativas em prol da sustentabilidade.
“Uma das iniciativas é a mudança de todas as iluminações. São 70 mil luminárias LED e isso é muito importante para a cidade, porque poupa 80% logo na fatura energética”, defendeu.
“Depois, temos toda a parte da utilização de águas residuais para regar partes da cidade, o que estamos a fazer já no Parque das Nações, mas queremos fazer noutras áreas da cidade”, anunciou.
Além disso, deixa de ser usada água potável na limpeza das ruas, “porque é um desperdício. Portanto, tudo isso vai ser feito, porque a sustentabilidade é o mais importante, ter realmente uma cidade neutral em carbono é o mais importante que nós podemos fazer para os nossos filhos”, concluiu.
Carlos Moedas assinou nesta sexta-feira o Acordo de Transportes Gratuitos, que permitirá aos residentes de Lisboa com mais 65 anos e menos de 18 anos (ou estudantes do ensino superior até aos 23 anos) andarem de transportes públicos sem pagar.