O presidente chinês exortou esta quarta-feira os militares do país a estarem "sempre preparados para a guerra", apontando que a China "enfrenta uma situação de segurança cada vez mais instável e incerta".
"A tarefa da luta militar é árdua e pesada", disse, Xi Jinping durante uma visita ao centro de comando de operações conjuntas da Comissão Militar Central (CMC), o órgão que controla as Forças Armadas chinesas, citado pela televisão estatal CCTV.
Xi, como presidente da CMC, pediu a todos os militares que dediquem a sua energia ao desenvolvimento da "capacidade de combate", visando estarem prontos para "lutar e vencer uma guerra".
As declarações foram feitas na sua primeira visita à sede do Exército de Libertação Popular após o 20.º Congresso do Partido Comunista da China (PCC), que se realizou no mês passado.
Xi garantiu um terceiro mandato como secretário-geral do PCC e presidente da CMC durante o congresso.
O líder chinês acrescentou que a segurança nacional da China enfrenta "mais instabilidade e incerteza", pelo que o Exército deve "reforçar o treino militar e a preparação para a guerra", num contexto marcado por tensões crescentes no Estreito de Taiwan.
As relações entre China e Taiwan são foco de constantes disputas e tensão.
No discurso de abertura do 20º Congresso do PCC, Xi condenou as "atividades separatistas que procuram a 'independência de Taiwan'" e as "provocações grosseiras do exterior".
"Almejamos a reunificação pacífica, mas nunca prometeremos desistir do uso da força como opção", disse. "A reunificação vai ser alcançada", garantiu. O Gabinete Presidencial da líder de Taiwan, Tsai Ing-wen, reiterou que Taiwan é um país "democrático e soberano" e que os "taiwaneses rejeitam claramente o modelo 'um país, dois sistemas'", que Pequim aplicaria no caso da reunificação, e que vigora nas regiões semiautónomas de Macau e Hong Kong. China e Taiwan vivem como dois territórios autónomos desde 1949, altura em que o antigo governo nacionalista chinês se refugiou na ilha, após a derrota na guerra civil frente aos comunistas. Pequim considera Taiwan parte do seu território e ameaça a reunificação através da força, caso a ilha declare formalmente a independência.