O presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, anuncia que o executivo comunitário vai "accionar todos os instrumentos de solidariedade" para com Portugal e Espanha.
"Discutimos entre nós, em grupo e bilateralmemte, as conclusões que há a tirar dos incêndios em Portugal e Espanha e propus aos dois países sinistrados e com muitos mortos accionar todos os instrumentos de solidariedade que a União Europeia tem à sua disposição", disse Juncker, na conferência de imprensa após a primeira sessão de trabalhos.
O presidente da Comissão Europeia adiantou ainda que "estes mecanismos não são perfeitos, mas aplicamos as regras com a generosidade requerida, acrescentando ter convidado o comissário europeu para a Ajuda Humanitária, Christos Stylianides, a apresentar, no prazo de um mês, uma proposta global para a protecção civil".
"Vimos que não somos suficientemente reactivos, temos apenas um avião -- os fogos começaram no domingo e o primeiro avião, de Itália, só chegou a Portugal na quarta-feira", salientou Juncker, para concluir que "as coisas não podem continuar assim e faremos uma reflexão aprofundada sobre a questão".
As centenas de incêndios que deflagraram no domingo, o pior dia de fogos do ano segundo as autoridades, provocaram 43 mortos e cerca de 70 feridos, mais de uma dezena dos quais graves.
Os fogos obrigaram a evacuar localidades, a realojar as populações e a cortar o trânsito em dezenas de estradas, sobretudo nas regiões Norte e Centro.
O Governo decretou três dias de luto nacional, entre terça-feira e hoje.
Esta é a segunda situação mais grave de incêndios com mortos este ano, depois de Pedrógão Grande, em Junho, em que um fogo alastrou a outros municípios e provocou, segundo a contabilização oficial, 64 mortos e mais de 250 feridos. Registou-se ainda a morte de uma mulher que foi atropelada quando fugia deste fogo.