Uma mulher foi detida na quinta-feira, no aeroporto de Lisboa, por suspeita de tráfico humano.
A cidadã estrangeira chegou num voo proveniente de Accra, acompanhada por uma criança de nove anos, que alegava ser sua filha.
Segundo um comunicado do SEF, enviado para a Renascença, nenhuma das duas possuía documentos. A SEF constatou que havia vários pedidos de visto com os nomes que elas apresentaram, mas que todos tinham sido recusados.
Durante esta fase de averiguações a mulher acabou por admitir que não era mãe da criança, mas tia, e que os seus passaportes estavam na posse de um cidadão do Congo. Disse ainda que estavam em Portugal para fazer turismo.
Já a criança, quando questionada, afirmou não conhecer a mulher que a acompanhava.
A mulher foi entretanto detida e a menor encaminhada para uma casa segura.
Segundo a SEF, este é um sistema usado com alguma regularidade para tráfico de seres humanos. “Esta situação enquadra-se no ‘modus operandi’, detetado já várias vezes pelo SEF, e que consiste na aquisição de bilhete de viagem para destino que permita trânsito em Schengen, sem necessidade de visto de escala, apresentando-se, posteriormente, na fronteira nacional sem documentos”.
O número de casos suspeitos de tráfico humano nas fronteiras de Portugal levou a SEF a criar equipas especializadas “vocacionadas para uma intervenção integrada ao nível da proteção e acolhimento das vítimas de Tráfico de Seres Humanos e da investigação criminal.”
“Na prática, tratam-se de equipas multidisciplinares, constituídas por elementos designados pelas Direções Regionais do SEF, em coordenação com a Direção Central de Investigação do Serviço, no âmbito da prevenção e investigação criminal de especial complexidade, como é o tráfico de pessoas”, diz o SEF.