O secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, afirmou, este domingo, que metade das propostas do Chega são impossíveis de concretizar e "a outra metade é impossível aceitar", acusando o partido de mentir aos portugueses.
"O Chega apresenta-se perante os portugueses com a mentira, com a manipulação, com o único objetivo de seduzir aqueles que estão descontentes, aqueles que estão zangados. Mas a pergunta que nós temos de colocar e todos têm de colocar é se têm soluções", declarou Pedro Nuno Santos, no encerramento do XXI Congresso do PS/Madeira, no Funchal.
"Não, o Chega não tem soluções para os problemas do país. Grita, fala alto, mas não tem solução para nenhum problema nacional", considerou o secretário-geral socialista, acrescentando que o Congresso do Chega, a decorrer em Viana do Castelo, "é o congresso da mentira".
Pedro Nuno Santos disse que "50% das propostas que o Chega faz são impossíveis de realizar", dando como exemplo a medida para que nenhuma pensão tenha valor inferior ao salário mínimo nacional.
"O líder do Chega não foi capaz de explicar como é que financia mais sete mil, oito mil milhões de euros por ano e não conseguiu ser convincente porque não é possível. Rebentava com o Orçamento do Estado e rebentava com o sistema público de pensões", apontou.
Acusando aquele partido de desrespeitar "quem trabalhou uma vida inteira", o dirigente socialista salientou que "o PS continuará a aumentar rendimentos, mas fará isso com sentido de responsabilidade".
"Nenhum reformado quer conviver com propostas irresponsáveis que podem pôr em causa o sistema público de pensões", sustentou.
Pedro Nuno Santos referiu, por outro lado, que a outra metade das propostas feitas pelo Chega "é impossível de aceitar".
"Nós vimos o líder do Chega a desvalorizar o investimento que é feito na igualdade de género em Portugal. [...] Serve propósitos de retórica, mas aquilo que eles fazem todos os dias e que fizeram este fim de semana é desvalorizar o combate à discriminação que continua a existir entre homens e mulheres em Portugal, a desvalorização do combate à violência doméstica que continua a existir em Portugal", lamentou.
"Na realidade, o Chega não respeita as mulheres em Portugal, não respeita as nossas avós, as nossas mães, não respeita as mulheres portuguesas", reforçou, defendendo que "só o PS no governo pode assegurar que não há retrocesso nos direitos das mulheres".
O secretário-geral do PS acrescentou que os socialistas, ao contrário "do partido que está hoje reunido no Congresso", têm "uma visão de respeito, uma visão de humanismo para com todos, para com os outros".
"Nós temos uma visão comunitária da vida. Os problemas de uns são os problemas de todos, nós queremos resolver os problemas do país em conjunto", vincou.
Num discurso centrado sobretudo nas críticas ao Chega, Pedro Nuno Santos abordou também o tema da autonomia, que reconheceu ser "uma tarefa inacabada", considerando, no entanto, que foi "com o Partido Socialista que mais se fizeram avanços no aprofundamento dessa autonomia".
Para o dirigente socialista, é fundamental extinguir a figura do representante da República para a Madeira e contar com a participação das regiões autónomas na gestão do mar.
O secretário-geral do PS disse ainda ter "a certeza" de que os socialistas ainda formarão governo na região, pedindo aos madeirenses uma "oportunidade de experimentar uma visão diferente" e expressando a sua confiança no presidente do PS/Madeira, Paulo Cafôfo.
"O PSD fez o seu trabalho ao longo das décadas. Nós temos um modelo de desenvolvimento esgotado, não será com o PSD que ele será transformado", considerou.
Pedro Nuno Santos apontou também que, apesar de o turismo ser um dos setores mais importantes para todo o país, "a Madeira só conseguirá ter os seus jovens qualificados se for capaz de diversificar a sua economia".
O XXI congresso regional socialista, no qual Paulo Cafôfo foi consagrado presidente do PS/Madeira, decorreu no sábado e hoje, no Funchal.