Pedro Martins quer voltar a treinar, mas não acredita que o regresso a Portugal seja possível nesta altura. O antigo treinador de Vitória de Guimarães, Marítimo e Rio Ave deixou o Olympiakos já depois do início da época, após três épocas de grande sucesso e vários títulos conquistados.
Apesar do estatuto reconhecido, Pedro Martins vê os maiores clubes portugueses bem servidos de treinadores, pelo que não lhe resta outra opção do que continuar no estrangeiro.
"Gostava de ter um bom projeto que encaixasse nas minhas ambições, tenho provas dadas. Sou um treinador de projetos, tenho enorme ambição e em Portugal os grandes não me podem oferecer isso neste momento, como estão muito bem servidos de treinadores. Vou ter de procurar noutro local", disse.
Convidado para o WSC, congresso de "scouting" na cidade do Porto, Pedro Martins debateu sobre o tempo útil de jogo no futebol português.
Reduzido tempo útil de jogo é "questão cultural"
Depois de partilhar o palco com o treinador Armando Evangelista, do Arouca, e Tiago Madureira, da Liga de Clubes, Pedro Martins reconhece que na Grécia o cenário é ainda pior.
"Nos jogos europeus era melhor, porque na Grécia é ainda pior do que em Portugal. É uma questão cultural, quando vamos para os jogos internacionais há um espírito de fazer um bom jogo e produzir um bom espetáculo. Quando se retorna ao campeonato português há alterações significativas, porque está instituída esta cultura há anos", termina.
Pedro Martins, de 52 anos, está sem clube, depois de ter deixado o Olympiacos, onde conquistou três campeonatos gregos e uma Taça da Grécia. Esteve quatro épocas completas em Atenas e foi demitido no início desta temporada, depois de ter falhado o apuramento para a fase de grupos da Liga dos Campeões.