Os Estados Unidos vão passar a enviar para o México os migrantes não-mexicanos que estejam a aguardar resposta a pedidos de asilo, anunciou esta quinta-feira a administração norte-americana.
Trata-se de uma mudança importante na política imigração por parte de Washington, que já está a ser criticada pelas organizações humanitárias.
“Queremos desencorajar aqueles que reivindicam fraudulentamente o direito ao asilo”, argumenta a secretária de Segurança Interna dos Estados Unidos, Kirstjen Nielsen.
O Governo mexicano diz que vai aceitar alguns desses migrantes por razões humanitárias, num acordo que está a ser interpretado por muitos como uma cedência do Presidente Lopez Obrador a Donald Trump.
Em resposta a este plano, o Ministério dos Negócios Estrangeiros do México salientou que o país ainda tem o direito de aceitar ou rejeitar a entrada de estrangeiros no seu território.
“O Governo mexicano decidiu dar este passo para benefício dos migrantes, em particular os menores acompanhados ou desacompanhados, e proteger os direitos daqueles que pretendam iniciar um processo de asilo nos Estados Unidos”, explica a diplomacia mexicana.
A organização não-governamental Amnistia Internacional (AI) já condenou o acordo celebrado entre Estados Unidos e México.
A AI considera que o México não é um local seguro para as pessoas que procuram proteção, como é o caso de muitos migrantes em fuga de países como El Salvador ou a Guatemala.
O novo acordo pode ser fatal para muitas dessas pessoas, alerta a Amnistia.
O Governo norte-americano, apela a organização de defesa dos direitos humanos, tem que tratar das pessoas “com compaixão, não com desprezo, e permitir que elas procurem a segurança nos Estados Unidos”.