Augusto Santos Silva acusa a Procuradora-Geral da República de ter uma cultura "pouco democrática". O presidente da Assembleia da República lamenta as posições de Lucília Gago na operação Influencer.
Em entrevista à Antena 3, no programa "Não Podias", que teve como mote "não podias discordar", o dirigente do Partido Socialista defende que discordar tem de ser a resposta à atual abordagem do Ministério Público.
"A questão da discordância, e da liberdade de discordância, é uma questão atualíssima. E eu vou dar um exemplo atualíssimo, polémico quanto baste para ser atualíssimo. Nos últimos dias, várias pessoas, incluindo eu próprio, têm discordado da forma como o Ministério Público interveio publicamente a propósito de certos processos. Não interessa quais os processos. A resposta da mais alta autoridade do Ministério Público tem sido que estão a atacar o Ministério Público. Isto é uma cultura pouco democrática", atirou Santos Silva.
Questionado sobre como se lida com essa cultura, o presidente da Assembleia da República afirmou que é precisa "mais democracia, discordando mais" das opções do Ministério Público.
Augusto Santos Silva tem criticado a atuação do Ministério Público e da Procuradoria-Geral da República na operação Influencer. Em novembro, uma semana após a demissão de António Costa, defendeu celeridade na investigação do Supremo Tribunal de Justiça sobre o primeiro-ministro.