António Costa lança megacentro de dados: "Sines pode ser campeão do hidrogénio verde"
23-04-2021 - 13:15
 • Susana Madureira Martins , com redação

Energia verde e barata foi essencial para atrair aquele que é considerado pelo Governo o maior investimento estrangeiro em Portugal, a seguir à Autoeuropa, diz o primeiro-ministro.

O primeiro-ministro, António Costa, diz que Sines pode tornar-se o campeão do hidrogénio verde em toda a Europa.

O chefe do Governo falava na apresentação do megacentro de dados lançado esta sexta-feira naquele concelho.

Trata-se daquele que é considerado pelo Governo o maior investimento estrangeiro em Portugal, a seguir à Autoeuropa, que foi possível captar porque aqui se encontra a energia renovável mais barata, afirma António Costa.

“E porque é que Sines pode ser um campeão da produção de hidrogénio verde em toda a Europa? Pela mesmíssima razão que, em todos os sítios possíveis para localizar este mega data center, foi escolhido Sines, porque aqui é possível ter um mega data center energeticamente sustentável, e mais, com a energia renovável mais barata que é possível encontrar.”

Daqui para a frente, o primeiro-ministro conta ter em Sines um dos maiores polos de produção de hidrogénio verde.


“Tal como a energia barata foi uma condição fundamental para instalar aqui este mega data center, essa mesma energia barata será também fundamental para instalar aqui os pontos para fazer a hidrolise para a produção do hidrogénio e hidrogénio verde”, declarou o primeiro-ministro.

António Costa diz que “hidrogénios há muitos e em muitos sítios da Europa”, mas Sines é dos locais que reúne condições para gerar energia limpa e de baixo custo.

“Pode-se fazer hidrogénio, não se pode é fazer hidrogénio verde, porque é preciso ter estas condições de o poder fazer com base numa energia renovável de baixo custo, como a que permite instalar aqui este data center e fazer de Sines um dos grandes centros de produção de hidrogénio verde de toda a Europa”, sublinha.

O ministro da Economia, Pedro Siza Vieira, falou da importância de o país se antecipar a outros investidores na área da tecnologia.

“Precisamos divulgar as nossas infraestruturas em matéria de conetividade digital. Temos muita disponibilidade de fibra ótica no país, mas ela não está totalmente aproveitada e não é integralmente conhecida nem de nós nem do resto do mundo”, afirma Pedro Siza Vieira.

“Precisamos de assegurar que os processos de licenciamento e aprovação destes projetos acontecem de forma suficientemente rápida para que outros não aproveitem melhor oportunidades menos óbvias que têm do que nós próprios”, conclui o ministro da Economia.

O megacentro de dados, apresentado esta sexta-feira, representa um investimento “até 3.500 milhões de euros” num ‘campus Hyperscaler Data Centre’, com capacidade até 450 Megawatts (MW), que “criará até 1.200 postos de trabalho diretos altamente qualificados e pode vir a gerar 8.000 novos empregos indiretos até 2025”.

O investimento é da start campus - empresa detida pelos norte-americanos da Davidson Kempner Capital Management LP (Davidson Kempner) e pelos britânicos da Pioneer Point Partners.