A União das Misericórdias Portuguesas (UMP) diz que pode aumentar a atual resposta nos cuidados primários. À Renascença, o presidente da instituição disse que é possível alargar o projeto Bata Branca a mais concelhos.
O projeto Bata Branca arrancou em 2017 no Arco Ribeirinho de Setúbal. Entretanto, chegou a Cascais, Alenquer, Peniche e Torres Novas. Mas Manuel Lemos considera que é possível alargar a iniciativa.
"Fazemos há vários anos com grande sucesso e até podemos aumentar significativamente não só a cobertura, mas também fazer outras respostas mais complementares do que as simples consultas nas nossas unidades de cuidados de saúde primários. Temos capacidade para mais caso a caso e, caso a caso, até agora temos conseguido", disse o responsável.
Manuel Lemos explicou que é sempre necessário contratar mais médicos, já que instituições como as Misericórdias "não se podem dar ao luxo de ter médicos disponíveis parados", mas que isso tem sido possível porque "os médicos gostam de trabalhar com as Misericórdias".
O presidente da União das Misericórdias Portuguesas sublinha, no entanto, que qualquer acordo com o Estado neste campo tem de garantir previsibilidade e estabilidade. Ou seja, os contratos têm de ser "duradouros" e "financeiramente bem abastecidos".
"Os profissionais vêm trabalhar connosco e gostam de trabalhar connosco, porque encontram da nossa parte previsibilidade e estabilidade, e isso é que é fundamental", sublinha. "Não podemos fazer um contrato de um ano. Vamos fazer contratos a 5, 10 anos. O Estado português é muito variável, porque basta mudar de ministro e a orientação é logo outra e, portanto, as instituições naturalmente têm reserva e têm cuidado", contou.
O ministro da Saúde, Manuel Pizarro, anunciou esta terça-feira a intenção de fazer mais convenções com o setor social, para dar médico de família aos mais de 1,6 milhões de portugueses que não o têm.