A China mostrou-se, esta sexta-feira, disponível para melhorar as relações com o Vaticano, embora tenha rejeitado atribuir visto de saída aos bispos chineses para poderem participar na missa do Papa na Mongólia.
Pequim respondeu às palavras do Papa Francisco que, no voo para a Mongólia, e como habitual, enviou saudações aos líderes de cada país que sobrevoou, incluindo a China, com quem a Santa Sé tem tido relações difíceis.
O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Wenbin, diz que o Papa demonstrou amizade e boa vontade.
O Governo chinês está disponível para trabalhar na construção de uma confiança mútua, foi dito, em conferência de imprensa.
Francisco chegou esta sexta-feira à Mongólia para uma
visita. Durante o voo entre Roma e Ulan Bator, e
ao sobrevoar a China, Francisco disse ao
Presidente Xi Jinping que desejava felicidades ao
país e assegurou as suas orações pelo bem estar do povo chinês.
A jornalista da Renascença Aura Miguel diz que é habitual o Papa enviar telegramas aos chefes de Estado dos países que sobrevoa.
“Foi o que aconteceu com a China. No telegrama, Francisco envia bênçãos de unidade e paz e diz que reza pelo povo chinês e pelo bem-estar da nação”, diz a vaticanista.
Já a reação do porta-voz do Governo da China “manifesta o desejo de reforçar a contínua confiança mútua" e a disponibilidade para "trabalhar com o Vaticano de modo construtivo para reforçar a compreensão e confiança”.
Aura Miguel lembra, no entanto, que “as relações do Vaticano com a China são muito tensas, apesar do acordo mútuo assinado em 2018, e renovado em 2020, sobre a nomeação dos bispos”.
“O que é certo é que recentemente o Governo de Pequim nomeou para Xangai um bispo sem ouvir a Santa Sé e isso até motivou protestos por parte do cardeal secretário de Estado do Vaticano”, destaca.
A jornalista da Renascença adianta que “Pequim recusou o visto de saída aos bispos chineses para poderem ir à Mongólia participar na missa com o Papa".
"Nenhum bispo da China continental poderá encontrar-se com Francisco em Ulan Bator. Os únicos que foram autorizados são os bispos de Hong Kong e de Macau”, sublinha.