Um medicamento para a doença de Parkinson, desenvolvido pela BIAL, acaba de receber luz verde pelo regulador do mercado farmacêutico norte-americano. É o segundo medicamento português a poder ser vendido nos Estados Unidos.
Chama-se Ongentys e deverá começar a ser vendido até ao final do ano nos Estados Unidos, maior mercado a nível mundial, até ao final do ano. É um medicamento para a doença de Parkinson e passa a ser o segundo medicamento português a poder ser vendido nas farmácias norte-americanas, explica à Renascença o diretor executivo da BIAL, António Portela.
“Esse medicamento já está na Europa, desde finais de 2016. A chegada aos Estados Unidos, que é o maior mercado mundial - há um milhão de doentes com Parkinson nos Estados Unidos -, trará para nós uma perspetiva de crescimento muito importante para a empresa”, afirma o responsável.
António Portela diz que este é, também, um sinal da forma crescente como o mundo tem vindo a reconhecer a ciência e a investigação que é feita em Portugal.
"Sinto-me tranquilo com aquilo que tem sido feito em Portugal
" contra a Covid-19
A BIAL teve de aumentar a produção dos seus medicamentos por causa da pandemia do novo coronavírus.
A farmacêutica não está a trabalhar, diretamente, na criação de um fármaco para a Covid-19, até porque é especializada em doenças do sistema nervoso central e doenças cardiovasculares, no entanto, lembra António Portela, as outras doenças continuam a existir e foi preciso garantir o abastecimento nas farmácias de diversos medicamentos, mesmo que surja uma segunda vaga da pandemia.
“Nós no primeiro trimestre produzimos mais 50% do que é normal para esta altura do ano, estamos a garantir que conseguimos fazer chegar os nossos medicamentos a Portugal, mas também a outros países, mesmo aqueles mais afetados pela Covid-19, como Espanha e Itália.
Nestas declarações à Renascença, o diretor executivo da BIAL aplaude a forma como Portugal tem vindo a responder à pandemia.
“Daquilo que temos visto, estamos a responder melhor do que os países onde a situação é mais grave. Eu acho que, em termos gerais, eu sinto-me tranquilo e seguro com aquilo que tem sido feito em Portugal. Os números falam por si, mas o comportamento das pessoas, no seguimento das regras estabelecidas, tem sido exemplar”, afirma António Portela.
Mais difícil será perceber como vai o país vai responder aos problemas económicos gerados pela pandemia, sublinha o diretor executivo da BIAL.