A polémica sobre o novo pináculo da catedral de Notre Dame, em Paris, continua e a discussão subiu de tom na quarta-feira, com o general do Exército francês Jean Louis Georgelin, que chefia uma missão de representação especial do Governo que acompanha a reconstrução do monumento, a exigir que o arquiteto principal da obra, Philippe Villeneuve, “se cale”.
“Quanto ao arquiteto principal, eu já expliquei que ele se deve calar”, disse Jean Louis Georgelin, em declarações à agência de notícias francesa AFP.
O general e o arquiteto estão em desacordo sobre se o novo estilo arquitetónico do pináculo deve ser moderno ou medieval. Georgelin, numa linha já assumida pelo próprio Presidente francês, Emmanuel Macron, considera que o pináculo deve assumir agora uma forma “contemporânea”. Já Philippe Villeneuve é defensor de uma réplica do pináculo antigo.
No mês passado, Villeneuve demonstrou uma atitude de rutura em relação à reconstrução do pináculo, dizendo ao canal televisivo alemão RTL que “ou restauro o pináculo de forma idêntica ou eles constroem-no de modo contemporâneo, e será outra pessoa”.
Mais recentemente, na quarta-feira, o general Georgelin garantiu, no final da reunião do Comité dos Assuntos Culturais da Assembleia Nacional que a decisão última sobre o pináculo será resolvida em 2021 e acrescentou que todos os envolvidos devem “prosseguir com sabedoria para que possam serenamente fazer a melhor escolha para a catedral Notre Dame, para Paris, para o mundo”.
Em abril, o Presidente francês definiu um prazo de cinco anos para completar a restauração da catedral, mas alguns especialistas já vieram dizer que se trata de um prazo muito ambicioso.
O incêndio que afetou a catedral Notre Dame chocou o mundo. Passadas 24 horas da tragédia, várias pessoas já tinham doado cerca de 600 milhões de euros para ajudar na reconstrução do edifício histórico.