A economia dos EUA registou no ano passado a maior queda desde 1946.
Segundo os dados conhecidos esta quinta-feira, a maior economia do mundo recuou 3,5% em 2020, uma estimativa preliminar do Departamento do Comércio, em comparação com o desempenho do PIB norte-americano com 2019.
A pandemia pôs fim ao maior ciclo de crescimento no país, que em 2019 tinha registado um aumento do PIB de 2,2%. Esta é a primeira queda anual desde a recessão de 2007 a 2009.
Apesar do tombo, no último trimestre de 2020 já foram visíveis alguns sinais de recuperação -- entre outubro e dezembro, a economia dos EUA cresceu 1%. O relatório alerta, no entanto, para o potencial impacto do novo agravamento do número de infeções por Covid-19 no país e do desgaste das medidas de estímulo.
Sob pressão do Congresso, a administração de Donald Trump, que abandonou a Casa Branca este mês, disponibilizou três biliões de dólares para responder à pandemia. O novo Presidente, Joe Biden, tem preparado um plano adicional orçado em 1,9 biliões de dólares, que está ainda em negociação.
Wall Street sem reação
Já era esperada pelo mercado esta queda da economia norte-americana. Talvez por isso Wall Street ignorou o anúncio de que os EUA terão registado a maior recessão desde a II Guerra Mundial, com a bolsa a abrir esta tarde em alta.
A própria Reserva Federal, o banco central dos EUA, já tinha antecipado que os números de 2020 seriam negros. A atividade económica e o emprego estão a recuperar de forma mais lenta do que o esperado, sobretudo nas áreas mais afetadas pela pandemia, por isso vão manter-se os estímulos.
Segundo Jerome Powell, presidente da Reserva, é ainda demasiado cedo para ponderar retirar os estímulos monetários, incluindo o programa de compra de ativos.