Um mês depois de implementar as medidas de contenção do vírus da Covid-19, a economia da China já está “a operar a 75% da sua capacidade, evidenciando um ponto de viragem”. É o que avança a Euler Hermes, líder mundial de seguros de crédito, que estima “um retorno gradual aos valores normais de produção até ao final de abril”.
Ainda assim, nesta nota, a seguradora refere também que a actividade económica da China estará agora condicionada, pelo menos no curto prazo, “por uma demora na recuperação da confiança dos consumidores”, a transação imobiliária permanece ainda 70% abaixo dos níveis normais. Além disso, a China terá também de enfrentar o impacto no comércio mundial das medidas de contenção que estão a ser tomadas pelos restantes países, em resposta ao coronavírus.
Esta análise estima que, “só no primeiro trimestre deste ano, as medidas de contenção tomadas por Pequim tenham impactado o PIB deste gigante económico em menos três pontos percentuais – mais de metade (-1,8 pp) ficaram a dever-se à quebra no consumo privado”.
Este impacto fez-se sentir de forma intensa no comércio, que registou entre janeiro e fevereiro “o crescimento mais baixo desde 2016, as exportações caíram 17,2% e as importações 4,0%”.
Mesmo assim, o impacto do Covid-19 ainda está bastante abaixo do provocado pela crise de 2009 na China, quando, no espaço de apenas um mês, as exportações desaceleraram -26.5% e as importações -43.1%.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 341 mil pessoas em todo o mundo, das quais mais de 15.100 morreram.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.
O continente europeu é aquele onde está a surgir atualmente o maior número de casos, com a Itália a ser o país do mundo com maior número de vítimas mortais, com 5.476 mortos em 59.138 casos. Segundo as autoridades italianas, 7.024 dos infetados já estão curados.
A China, sem contar com os territórios de Hong Kong e Macau, onde a epidemia surgiu no final de dezembro, conta com um total de 81.054 casos, tendo sido registados 3.261 mortes.
Os países mais afetados a seguir à Itália e à China são a Espanha, com 1.720 mortos em 28.572 infeções, o Irão, com 1.685 mortes num total de 22.638 casos, a França, com 674 mortes (16.018 casos), e os Estados Unidos, com 390 mortes (31.057 casos).
Vários países adotaram medidas excecionais, incluindo o regime de quarentena e o encerramento de fronteiras.