Economia chinesa já está a 75% da capacidade
23-03-2020 - 14:56
 • Sandra Afonso

Contas da líder mundial de seguros de crédito estima “um retorno gradual aos valores normais de produção até ao final de abril”.

Um mês depois de implementar as medidas de contenção do vírus da Covid-19, a economia da China já está “a operar a 75% da sua capacidade, evidenciando um ponto de viragem”. É o que avança a Euler Hermes, líder mundial de seguros de crédito, que estima “um retorno gradual aos valores normais de produção até ao final de abril”.

Ainda assim, nesta nota, a seguradora refere também que a actividade económica da China estará agora condicionada, pelo menos no curto prazo, “por uma demora na recuperação da confiança dos consumidores”, a transação imobiliária permanece ainda 70% abaixo dos níveis normais. Além disso, a China terá também de enfrentar o impacto no comércio mundial das medidas de contenção que estão a ser tomadas pelos restantes países, em resposta ao coronavírus.

Esta análise estima que, “só no primeiro trimestre deste ano, as medidas de contenção tomadas por Pequim tenham impactado o PIB deste gigante económico em menos três pontos percentuais – mais de metade (-1,8 pp) ficaram a dever-se à quebra no consumo privado”.

Este impacto fez-se sentir de forma intensa no comércio, que registou entre janeiro e fevereiro “o crescimento mais baixo desde 2016, as exportações caíram 17,2% e as importações 4,0%”.

Mesmo assim, o impacto do Covid-19 ainda está bastante abaixo do provocado pela crise de 2009 na China, quando, no espaço de apenas um mês, as exportações desaceleraram -26.5% e as importações -43.1%.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 341 mil pessoas em todo o mundo, das quais mais de 15.100 morreram.

Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.

O continente europeu é aquele onde está a surgir atualmente o maior número de casos, com a Itália a ser o país do mundo com maior número de vítimas mortais, com 5.476 mortos em 59.138 casos. Segundo as autoridades italianas, 7.024 dos infetados já estão curados.

A China, sem contar com os territórios de Hong Kong e Macau, onde a epidemia surgiu no final de dezembro, conta com um total de 81.054 casos, tendo sido registados 3.261 mortes.

Os países mais afetados a seguir à Itália e à China são a Espanha, com 1.720 mortos em 28.572 infeções, o Irão, com 1.685 mortes num total de 22.638 casos, a França, com 674 mortes (16.018 casos), e os Estados Unidos, com 390 mortes (31.057 casos).

Vários países adotaram medidas excecionais, incluindo o regime de quarentena e o encerramento de fronteiras.