Um grupo de antigos combatentes ameaça fazer greve de fome em frente à Presidência da República.
Numa concentração este sábado, no Porto, convocada pelo Movimento Pró-Dignidade ao Estatuto do Combatente, o porta-voz António Araújo da Silva garantiu que há 112 homens dispostos a avançar para a greve de fome, na véspera do 25 de abril, caso as suas reivindicações não sejam atendidas.
“São 12 reivindicações. Se não forem atendidas nós temos 112 indivíduos que estão prontos no dia 24 de abril para iniciar uma greve de fome à porta do Presidente da República”, avisa António Araújo da Silva.
Os manifestantes exigem a alteração do Estatuto do Combatente, um complemento de 100 euros mensal para todos os combatentes e viúvas, um passe nacional gratuito, e o acesso aos hospitais militares, entre outras exigências.
Para Germano Miranda, um ex-combatente de Viana do Castelo, não se trata de reivindicações, mas antes de direitos. É isso que dirá ao primeiro-ministro, se Luís Montenegro os receber.
“Está no discurso uma tentativa de falar com o primeiro-ministro. Não vamos pedir, nem vamos exigir. Vamos dizer que temos direito. Não temos que pedir, nem exigir. Somos combatentes pela Pátria. Saímos daqui com 20 anos e aqueles anos ninguém no deu”, sublinha.
Ainda assim, Germano Miranda diz não ter esperança no atual Governo, que volta a ter um ministro da defesa do CDS. O ex-combatente diz não ter saudades de um outro ministro da Defesa centrista, no caso Paulo Portas.
“Paulo Portas aproveitou-se muito bem de nós. Com o diluir do tempo e com o avançar dos ordenados, os que ganham mais de nós são 150 euros. E imaginem o que é descontar do nosso esforço de guerra. Acha que tem algum cabimento? Do novo Governo não tenho esperança nenhuma. O novo Governo não caiu agora de para-quedas. Eles já lá estiveram muitos anos”, afirma Germano Miranda.