A Organização Mundial da Saúde (OMS) apelou esta segunda-feira ao desenvolvimento de novos medicamentos para combater 12 superbactérias que resistem aos antibióticos e que ameaçam levar a uma explosão de doenças incuráveis.
Os agentes patogénicos "prioritários", segundo a lista da OMS, incluem germes que causam infecções mortais na corrente sanguínea, nos pulmões, cérebro ou aparelho urinário, e que não respondem a uma cada vez maior lista de medicamentos.
"A resistência aos antibióticos está a crescer e estamos a ficar sem opções de tratamento", afirmou Marie-Paule Kieny, directora-geral-adjunta da OMS.
No topo da lista aparecem as "Acinetobacter baumannii", um grupo de bactérias que provoca patologias diversas, que vão desde a pneumonia até infecções em feridas.
A responsável alertou que se funcionar apenas a lei do mercado os novos antibióticos não serão desenvolvidos a tempo, pelo que é necessário que os governos criem políticas para aumentar o financiamento público e privado na investigação de novos medicamentos.
A OMS já tinha advertido que, se nada for feito, numa era pós-antibiótico as infecções comuns ou pequenos ferimentos podem transformar-se em assassinos, considerando, em comunicado, que as bactérias podem desenvolver resistência aos fármacos quando as pessoas tomam doses incorrectas de antibióticos, e que estirpes resistentes podem ser contraídas directamente de animais, da água, do ar ou de outras pessoas.
Os germes da lista da OMS, que é dividida em três categorias e que inclui entre as bactérias mais preocupantes a "salmonella" e a "Staphylococcus aureus", foram escolhidos com base na gravidade das infecções que causam, na facilidade com que se propagam, no número de fármacos em uso e nos novos antibióticos que estão a ser estudados.
Uma das prioridades são superbactérias resistentes a antibióticos que estão muitas vezes em hospitais, clínicas e entre pacientes que dependem de ventiladores e cateteres.
Na lista estão também bactérias resistentes aos medicamentos e que causam doenças "mais comuns" como gonorreia ou intoxicação alimentar induzida por salmonela.
A lista será discutida com especialistas em saúde do grupo dos G20 (as 20 maiores economias mundiais), esta semana, em Berlim, na Alemanha.