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A embaixada de Moçambique em Lisboa apelou esta quarta-feira à comunidade moçambicana em Portugal, assim como a "todos os cidadãos e instituições de boa vontade", que apoiem as vítimas do ciclone Idai com produtos alimentares enlatados ou monetariamente.
Num comunicado a que a Lusa teve acesso, o embaixador moçambicano em Portugal, Joaquim Casimiro Simeão Bule, sublinha especificamente a necessidade de "produtos alimentares enlatados, com período de validade prolongado"; "produtos para o tratamento de água, produtos de higiene e limpeza", assim como "apoio monetário".
Os produtos devem ser enviados para a sede nacional da Cruz Vermelha Portuguesa, no Jardim 9 de Abril, 1249-083 em Lisboa, ou para o seu Centro Operacional de Emergência, na Rua da Guiné, Prior Velho. Já os donativos em dinheiro para a conta com o IBAN PT50.0010.0000.363191100017.4 ou por pagamento de serviços para a entidade 20999, com a referência 999 999 999.
A passagem do ciclone Idai em Moçambique, Maláui e Zimbabué já provocou mais de 300 mortos, segundo balanços provisórios divulgados pelos respetivos governos.
Em Moçambique, o Presidente da República, Filipe Nyusi, anunciou na terça-feira que mais de 200 pessoas morreram e 350 mil "estão em situação de risco", tendo decretado o estado de emergência nacional.
O país vai ainda cumprir três dias de luto nacional, até sexta-feira.
O Idai, com fortes chuvas e ventos de até 170 quilómetros por hora, atingiu a Beira (centro de Moçambique) na quinta-feira à noite, deixando os cerca de 500 mil residentes na quarta maior cidade do país sem energia e linhas de comunicação.
A Cruz Vermelha Internacional indicou na terça-feira que pelo menos 400 mil pessoas estão desalojadas na Beira, em consequência do ciclone, considerando tratar-se da "pior crise" do género no país.
O secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, José Luís Carneiro, viajou para a Beira, onde dezenas de portugueses perderam casas e bens devido ao ciclone Idai, para acompanhar o levantamento das necessidades e o primeiro apoio às populações afetadas.
No Zimbabué, as autoridades contabilizaram pelo menos 100 mortos e centenas de desaparecidos, enquanto no Maláui as únicas estimativas conhecidas apontam para pelo menos 56 mortos e 577 feridos.