O secretário-geral da ONU, António Guterres, apela a uma trégua de quatro dias na guerra na Ucrânia, durante o período da Páscoa ortodoxa, numa altura em que teve início uma nova ofensiva russa no Leste da Ucrânia.
O objetivo desta trégua é permitir a abertura de corredores humanitários para permitir a saída da população civil das zonas de conflito.
“Estou a pedir uma pausa humanitária ortodoxa na Semana Santa para a guerra na Ucrânia”, declarou António Guterres, numa mensagem proferida em frente à sede das Nações Unidas.
O antigo primeiro-ministro português pede a todas as partes envolvidas, e a "todos os campeões da paz em todo o mundo", a se juntarem ao seu apelo de Páscoa.
"Salvem vidas. Parem o derramamento de sangue e destruição. Abram uma janela para o diálogo e a paz”, declarou António Guterres.
Este apelo a uma trégua pascal acontece numa altura em que a Rússia iniciou uma nova ofensiva para conquistar o Leste da Ucrânia.
O enviado especial da Renascença à Ucrânia confirma que as tropas russas intensificaram os ataques na região do Donbass. José Pedro Frazão, que está em Kharkiv, deu conta de intensos bombardeamentos nas últimas horas.
A Rússia já confirmou ter realizado dezenas de ataques aéreos e de ter disparado mísseis contra essa zona Ucrânia. Em comunicado, o Ministério da Defesa diz que os bombardeamentos neutralizaram 13 locais utilizados pelas forças ucranianas A mesma nota refere que está a concentrar tropas na cidade de Sloviansk, região de Donetsk.
Pelo menos seis milhões de ucranianos, tanto dentro da Ucrânia como refugiados em países vizinhos, precisam de alimentos e ajuda em dinheiro quer de forma imediata quer para o curto prazo, alertou esta terça-feira a ONU.
A destruição generalizada de infraestruturas deixou cidades como Bucha, Irpin, Hostomel e Borodianka, libertadas em diferentes momentos das tropas russas, com necessidade de vários tipos de ajuda, pelo que a assistência alimentar está a ser acelerada nesses locais, disse o coordenador de emergência do Programa Alimentar Mundial (PAM), Jakob Kern, numa videoconferência realizada na cidade ucraniana de Lviv.