“Não há maioria de esquerda.” BE faz como PS e assume “oposição forte” à direita
15-03-2024 - 19:18
 • Susana Madureira Martins

Mariana Mortágua considera que “não é de prever” que os resultados dos votos da emigração alterem o cenário de vitória da AD nas eleições legislativas. Bloco insiste junto do Presidente que quer convocação de eleições na Madeira.

O Bloco de Esquerda (BE) assume por inteiro o papel de “oposição forte”, após os resultados eleitorais de domingo e segue a estratégia do PS de que “não há uma maioria de esquerda” no Parlamento.

Foi, de resto, esta mensagem que a coordenadora bloquista, Mariana Mortágua, levou, esta sexta-feira, à audiência com o Presidente da República, tendo em conta a “viragem à direita no país”.

Em declarações aos jornalistas após a reunião de pouco mais de uma hora com Marcelo Rebelo de Sousa, Mariana Mortágua referiu que o BE está “empenhado em ser uma oposição determinante e forte” e referiu ainda o “crescimento preocupante da extrema-direita”, após as eleições de domingo.

Para a líder do BE os resultados eleitorais mostram que “a AD tem mais votos do que o PS, se tivermos em conta os votos da coligação da Madeira”, referindo que “isso mesmo foi admitido pelo secretário-geral do PS”, Pedro Nuno Santos, que já assumiu para si o estatuto de líder da oposição. Não é, por isso, de “prever que a situação se altere com os votos da emigração”, conclui Mariana Mortágua.

Acompanhada dos dirigentes do BE Jorge Costa e Fabian Figueiredo, a coordenadora bloquista insistiu na necessidade de realizar reuniões à esquerda para “coordenar passos e pontes e garantir uma mobilização histórica no 25 de abril”, admitindo que gostava que esses encontros acontecessem “antes da instalação” da Assembleia da República.

Outra das mensagens que a coordenadora do BE levou ao Presidente da República é que este convoque eleições na Madeira. Até ao dia 24 deste mês, Marcelo Rebelo de Sousa está impedido de fazê-lo.

Mariana Mortágua considera que há “uma crise de regime” no arquipélago, salienta que defendeu eleições antecipadas na República e espera “a mesma coerência por parte do sr Presidente da República” agora.