Os condutores apanhados com álcool registaram "um aumento muito expressivo" no primeiro semestre do ano face ao mesmo período de 2021, tendo as infrações subido cerca de 70% e as detenções mais de 80%, revelou hoje a Segurança Rodoviária.
"A condução sob efeito de álcool evidenciou um aumento expressivo (+69,3%), mas em grande medida como consequência da queda acentuada do ano anterior", refere o relatório da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR) de sinistralidade a 24 horas e fiscalização rodoviária de junho.
Segundo a ANSR, nos primeiros seis meses do ano foram multados 15.412 condutores por condução sob efeito de álcool, enquanto no mesmo período de 2021 foram registadas 9.103 infrações.
A ANSR destaca também que os condutores detidos por excesso de álcool aumentaram 81,9% entre janeiro e junho, totalizando durante esse período as 8.748 detenções, contra as 4.809 do mesmo período de 2021.
O relatório dá conta que, nos primeiros seis meses, foram fiscalizados 60,3 milhões de veículos, quer presencialmente, quer através de meios de fiscalização automática, tendo-se verificado um aumento de 10,5% em relação ao período homólogo de 2021, tendo a GNR, PSP e Polícia Municipal de Lisboa registado decréscimos de 2,0%, 7,5% e 66,1%, respetivamente.
O documento salienta o crescimento de 13% no sistema de radares SINCRO gerido pela ANSR.
Entre os 60,3 milhões de veículos fiscalizados nos primeiros seis meses de 2022, foram detetadas 495,3 mil infrações, o que representa um decréscimo de 10,0% face ao ano anterior, indica a Segurança Rodoviária, destacando que o sistema de radares da responsabilidade da ANSR registou um aumento 20,2% no número de infrações, num total de 186.954 autos.
Mais de metade das infrações (57%) correspondem ao excesso de velocidade, tendo as autoridades registado 284.285 autos no primeiro semestre, menos 9,4% face a período homólogo de 2021.
"Comparando com o período homólogo do ano transato, verificou-se uma diminuição em quase todas as tipologias de infração, sendo de realçar menos 18,9% pela utilização do telemóvel, menos 16,6% pela não utilização de sistemas de retenção para crianças e menos 9,4% pelo excesso de velocidade. Contudo, a condução sob efeito de álcool evidenciou um aumento muito expressivo", indica o relatório.
Segundo a ANSR, a criminalidade rodoviária, medida em número total de detenções, aumentou 37,1% no período de janeiro a junho de 2022 por comparação com 2021, atingindo 16,1 mil condutores. Do total, 54,3% deveu-se à condução sob o efeito do álcool, seguindo-se 34,0% por falta de habilitação legal para conduzir.
O documento indica ainda que o número de condutores que perderam pontos na carta de condução foi de 428,6 mil, até final de junho, e, desde junho de 2016, data de entrada em vigor do sistema de carta por pontos, 2.152 condutores ficaram com o seu título de condução cassado.