Derrota "é do PS, não é de Pedro Nuno Santos", defende Alegre
10-03-2024 - 21:25
 • Lusa

Em declarações aos jornalistas à chegada a um hotel em Lisboa onde os socialistas estão a acompanhar a evolução dos resultados eleitorais, Manuel Alegre disse ser preciso esperar pelos resultados e que "as sondagens não são clarificadoras" quanto às maiorias que se podem formar.

VEJA TAMBÉM:


O histórico dirigente socialista Manuel Alegre considerou hoje que, caso se verifiquem as projeções, a "derrota é do PS e não do Pedro Nuno", defendendo que cabe agora ao partido "preparar-se para liderar a oposição".

Em declarações aos jornalistas à chegada a um hotel em Lisboa onde os socialistas estão a acompanhar a evolução dos resultados eleitorais, Manuel Alegre disse ser preciso esperar pelos resultados e que "as sondagens não são clarificadoras" quanto às maiorias que se podem formar.

No entanto, Manuel Alegre, que é também membro do Conselho de Estado, considerou que o PS "tem de preparar-se para liderar a oposição e para criar uma alternativa para as próximas eleições", recordando que o partido "nasceu na clandestinidade" e "já está habituado a isso".

Questionado se considera que esta derrota é de Pedro Nuno Santos, Manuel Alegre respondeu: "A derrota é do PS, não é do Pedro Nuno Santos".

Relativamente às razões pelas quais o PS terá perdido as legislativas, o histórico dirigente do PS indicou que a situação atual era "muito adversa e muito difícil" para o partido, "pela forma como saiu do Governo", pelo "desgaste natural de oito anos de Governo, dois anos muito difíceis com a inflação, a guerra na Ucrânia".

"Acho que o PS fez uma boa campanha, o Pedro Nuno fez uma boa campanha e o resultado nas condições em que as eleições foram disputadas é honroso para o PS, que continua a ser um grande partido nacional, senão o maior", frisou o também presidente honorário do PS.

Já interrogado sobre como é que vê o crescimento da extrema-direita no ano em que se assinalam os 50 anos do 25 de Abril, Manuel Alegre respondeu que a redução da abstenção é "de certa maneira uma homenagem ao 25 de Abril".

"Eu, como homem do 25 de Abril, vejo com tristeza o resultado do Chega. Mas é a vontade dos eleitores, temos de respeitar", acrescentou, recusando ficar assustado com esse crescimento. .

"Já passei por situações muito piores. Já tive coisas que sim eram de assustar. Eu lutei contra o fascismo, contra a ditadura, fui preso pela PIDE", recordou.