Manuel Fernandes marcou presença no Tribunal de Monsanto, como testemunha do caso de Alcochete. O antigo diretor de scouting do Sporting estava na Academia durante o ataque e recordou o incidente.
"Fui ao balneário ver o que se estava a passar. Ninguém veio atrás de mim. Vi Bas Dost com sangue na cabeça, deitado no chão, com uma pessoa a agarrá-lo. À entrada do balneário. Estava a chorar. No balneário vi muito fumo, fumo verde. Vi os adeptos dentro do balneário e pelo corredor. No balneário eram quatro ou cinco a falar, a gritar. Inclusivamente disse-lhes para terem calma. Não vi quem agrediu Bas Dost. Já estava agredido", disse.
O antigo jogador e dirigente do Sporting recorda ainda que Misic também foi agredido e lamenta a situação de "intimidação" e "ameaça".
"Não me lembro de insultos. Lembro me de falarem alto, dizerem que era uma vergonha. Não direi para intimidar mas desgostosos com o que se passou. Uma pessoa mascarada disse-me: 'desvia-te, Manuel, que isto não é contigo'. O rapaz que me disse para sair da frente vinha com um cinto na mão. Tirando os gritos e a intimidação verbal, não vi agressões. Falar alto para mim é uma ameaça. É aquilo que as claques fazem no futebol. Estavam descontentes. O Misic também teve um problema. Ele nunca fez mal a ninguém. Nem era titular e não merecia. Eu não falei com o Misic, só o vi", recorda.
Decorre esta terça-feira o oitavo dia de julgamento no âmbito da investação após as agressões do dia 15 de maio, na Academia de Alcochete.