A SIVA, representante em Portugal das marcas Volkswagen, Audi e Skoda, anunciou esta terça-feira que os clientes da Volkswagen já podem saber se o seu carro foi ou não afectado pelo dispositivo que falseia as emissões de gases poluentes.
A informação está disponível no site da marca, onde os clientes podem “inserir o número do chassis do veículo” e assim ficar a saber se ele foi afectado “pelo software que causa discrepâncias nas emissões de óxido do azoto (NOx) durante os testes de dinamómetro”, refere o comunicado.
Os proprietários de um Volkswagen podem ainda contactar a marca através do telefone 808 308 989 ou pelo endereço de e-mail apoio.clientes@siva.pt.
O comunicado da SIVA sublinha que “os problemas reconhecidos não afectam a segurança dos veículos em causa nem representam qualquer perigo para a sua circulação”.
Sobre a Audi e a Skoda, as duas outras marcas do grupo alemão, o comunicado é omisso.
A 18 de Setembro, a Agência de Protecção do Meio Ambiente dos Estados Unidos acusou a Volkswagen de falsear o desempenho dos motores em termos de emissões de gases poluentes através de um software incorporado no veículo.
Dois dias depois, a empresa reconheceu ter falseado os dados e anunciou que 11 milhões de veículos do grupo em todo o mundo têm equipamento que permite alterar o desempenho dos motores em termos de emissões para a atmosfera – um escândalo que levou à demissão do presidente executivo do grupo, Martin Winterkorn, substituído por Matthias Mueller.
Maioria dos carros afectados está na Europa
Mais de 70% dos carros da Volkswagen adulterados estão na Europa e representam oito milhões de veículos.
O número é avançado na segunda-feira pela agência Reuters, que cita uma carta enviada pelo fabricante alemão aos advogados.
A Volkswagen já tinha admitido que, em todo o mundo, circulam 11 milhões de veículos com o software que engana os testes feitos às emissões poluentes.
Trabalhadores preocupados com o futuro
Todo o investimento na Volkswagen tem de ser repensado, afirmou esta terça-feira o representante dos trabalhadores do grupo, num plenário que reuniu mais de 20 mil funcionários em Wolfsburg, na Alemanha.
“Teremos de pôr em causa tudo o que não é de cariz económico”, afirmou Bernd Osterloh.
Por enquanto, o escândalo da adulteração das emissões poluentes ainda não teve consequências ao nível dos postos de trabalho – o grupo emprega 60 mil pessoas na sede – mas terá impacto ao nível das receitas e, como consequência, no pagamento de bónus aos trabalhadores, avisou ainda o sindicalista.