O presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas, aponta parecenças entre ele e D. Rui Valério, ao sublinhar a "proximidade" que caracteriza o novo patriarca.
Em declarações à Renascença, o antigo comissário europeu descreve D. Rui Valério como "um homem extraordinário" e caracteriza o novo patriarca com o traço da "proximidade".
"Isso é muito importante nos momentos que correm, sobretudo durante este período de guerra na Ucrânia, ter um patriarca próximo", sublinha Carlos Moedas, que elogia as referências de D. Rui Valério ao Papa Francisco, durante a homilia na sessão solene deste domingo, onde repetiu a máxima de uma igreja "para todos".
O autarca da capital fala num "momento único para a cidade" e "importante para os católicos, especialmente em Lisboa", felicita a Igreja e dá os "parabéns à Igreja católica".
Carlos Moedas destaca ainda a capacidade de D. Rui Valério de envolver as outras crenças durante a homilia deste domingo: "Estavam aqui pessoas de outras religiões, e eu gosto de ouvir isso especialmente da parte da Igreja católica, que é uma igreja em comunhão com outras, e também com aqueles que não têm religião", sublinha o presidente da Câmara de Lisboa.
Abusos. "Teve as palavras certas"
No exterior do Mosteiro dos Jerónimos, onde decorreu a cerimónia, o autarca lisboeta assinala a forma frontal com que D. Rui Valério falou do problema dos abusos sexuais no seio da Igreja.
"Eu acho que ele teve as palavras certas", sublinha Carlos Moedas, que lembra que já durante a tomada de posse, no sábado, dia 2 de setembro, o novo patriarca tinha abordado o tema.
O presidente da Câmara de Lisboa fala no plural para dizer que "todos estamos aqui para honrar o tema", e prefere virar o ponteiro para o dia "tão importante para a Igreja Católica em Portugal".
D. Rui Valério sucede a D. Manuel Clemente como patriarca de Lisboa e já prometeu ser um "bispo de rua e de proximidade" com a população da cidade.
O até aqui bispo das Forças Armadas garante que vai ser um "bispo de estrada", próximo das pessoas, incluindo aquelas que foram vítimas de abuso no seio da Igreja Católica.