A Rússia vai proibir a entrada no seu território dos secretários norte-americanos da Justiça e da Segurança Interna, assim como ao conselheiro de política interna, ao chefe do FBI e ao diretor dos serviços secretos.
Além de Merrick Garland, Alejandro Mayorkas, Susan Rice, Christopher Wray e Avril Haines, respetivamente, o ministério dos Assuntos Estrangeiros russo disse ainda que a mesma medida será aplicada ao chefe do gabinete prisional dos EUA, Michael Carvajal, ao antigo conselheiro de Donald Trump, John Bolton, e ao antigo líder da CIA, Robert Wolsey.
Segundo o ministério russo dos Negócios Estrangeiros, todos estes responsáveis participaram de alguma forma "na implementação de uma linha anti-Rússia" seguida pela política norte-americana.
Os nomes, de uma lista normalmente secreta, foram tornados públicos devido ao "caráter inédito" das tensões provocadas por Washington, acrescenta o ministério russo.
As proibições fazem parte de um 'pacote' de medidas anunciado por Moscovo, em resposta às novas sanções decretadas pelos Estados Unidos, tais como a expulsão de diplomatas e a proibição de entrada no seu território a altos funcionários do Estado.
A Rússia disse, no entanto, estar aberta à ideia de uma cimeira entre Vladimir Putin e Joe Biden, o que considera uma proposta "positiva".
A troca de medidas punitivas entre os dois países ocorre num momento em que as relações entre os dois rivais geopolíticos continuam a deteriorar-se, tendo como pano de fundo as acusações de ingerência por parte dos EUA, nomeadamente na eleição presidencial de 2020, assim como de espionagem e ataques cibernéticos.
Washington anunciou na quinta-feira a expulsão de 10 diplomatas russos e a proibição de bancos americanos de comprarem dívida emitida por aquele país desde 14 de junho, em resposta a recentes ataques cibernéticos e à interferência na eleição presidencial de 2020 atribuída a Moscovo.
Moscovo “recomenda” regresso do embaixador norte-americano a Washington
Na resposta, o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergei Lavrov, anunciou esta sexta-feira a expulsão de 10 diplomatas norte-americanos acreditados em Moscovo e "recomendou" o regresso a Washington do embaixador na capital russa, John Sullivan.
"Dez diplomatas [russos] foram incluídos na lista que nos foi dada com o pedido de que deixassem os Estados Unidos. Vamos responder a essa medida reciprocamente e pediremos a dez diplomatas norte-americanos na Rússia que deixem o nosso país", afirmou o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Serguei Lavrov.
Numa conferência de imprensa, Lavrov acrescentou também que Moscovo vai adicionar outros oito funcionários norte-americanos à lista de sanções e que irá restringir e impedir as atividades de organizações não-governamentais dos Estados Unidos no país para evitar interferências na política da Rússia.