O ex-director da campanha de Donald Trump, Paul Manafort, entregou-se esta segunda-feira ao FBI, tendo sido presente a um juiz, a quem declarou a sua inocência.
Manafort está indiciado por vários crimes, incluindo conspiração para branqueamento de fundos, nenhum dos quais está directamente ligado a Trump nem à sua campanha ou a uma eventual interferência russa nas eleições americanas.
O político republicano foi director da campanha de Trump durante dois meses mas resignou ao cargo em Agosto de 2016 perante alegações de que teria recebido pagamentos de milhões de dólares de um partido ucraniano pró-russo.
Contudo, a investigação está a ser levada a cabo pelo mesmo procurador especial, Robert Mueller, e analistas ouvidos pela agência Reuters pensam que este poderá ser um primeiro passo no sentido de levar Manafort a colaborar na investigação sobre Trump.
As autoridades americanas já concluíram que houve interferência russa nas eleições, acreditando que foi Moscovo que roubou e divulgou e-mails embaraçosos para a campanha de Hillary Clinton, para tentar influenciar os eleitores a rejeitá-la nas urnas.
Donald Trump reagiu esta manhã a esta nova polémica. O Presidente voltou novamente ao Twitter, para apelidar a investigação de Mueller de “caça ás bruxas”, sublinhando o facto de os factos de que Manafort é acusado se terem passado anos antes da sua campanha. Políticos democratas têm insistido que a investigação deve poder prosseguir com toda a independência.
Paul Manafort é acusado de ter recebido pagamentos indevidos por parte do anterior Governo da Ucrânia, que era pró-russo. É ainda acusado de conspiração contra os Estados Unidos, conspiração para branqueamento de capitais, agir como agentes não registados do Governo ucraniano, declarações falsas e enganosas e falta de prestação de informações financeiras e bancárias.
Esta segunda-feira a procuradoria americana anunciou ainda que outro adido da campanha de Trump, George Papadopoulos, tinha confessado ter prestado declarações falsas ao FBI no contexto das investigações sobre o caso da Rússia.
[Notícia actualizada às 18h11 com a declaração de inocência de Manafort]