As principais bolsas mundiais estão a refletir os receios dos investidores perante o risco de colapso de um dos principais grupos chineses do sector do imobiliário, a Evergrande. Na Europa, os principais índices perderam entre 2,5% e 3%. Em Portugal, o PSI-20 fechou a perder 1,62%.
A Evergrande, o “gigante” do imobiliário chinês, deve mais de 300 mil milhões de dólares (255 mil milhões de euros) a diversos credores. O administrador da Dif-Broker, Pedro Lino, lembra que é um valor “equivalente à divida pública portuguesa”.
“Isso é relevante porque, se a dívida não for toda honrada, poderá ter um impacto em todo o mundo”, pelo que “os investidores estão a reagir com receio e incerteza”, diz Pedro Lino.
Este especialista em mercados acredita que “o Governo chinês tem essa noção”, pelo que deverá intervir.
Se tal não acontecer, “se não forem tomadas medidas, poderia ser destruidor para a economia chinesa”. Significaria que “iria fazer disparar o nível de incumprimento da China”, por isso “é que o Governo de Pequim, em última análise, irá tentar fazer uma troca de ativos imobiliários por dívida, ou, então, tentar que o incumprimento, de alguma forma, não seja desta grandeza”.
“O impacto, neste mercado, iria ter consequências a nível mundial”, alerta.