O presidente da Comissão dos Episcopados Católicos da União Europeia (COMECE) disse que os bispos estão preocupados com as pessoas “que estão desesperadas e querem sair do Afeganistão” e pede compaixão e acolhimento.
“É muito claro que os Estados da União Europeia – e a própria União Europeia – têm de fazer tudo o que é possível para salvar o maior número de pessoas e também para recebê-los dentro dos países membros”, disse D. Jean-Claude Hollerich numa mensagem divulgado pelo site Vatican News.
“Gostaria que os políticos não colocassem apenas as estratégias geopolíticas no centro de suas políticas, mas cuidassem de cada pessoa individualmente”, assinalou o presidente da COMECE.
O responsável exortou os políticos da UE ter compaixão por “pessoas que dependiam” da coligação internacional, incentivando-os a acolher e ajudando-as em momentos de necessidade, quando há países que na Europa que já suspenderam ou anunciaram a suspensão na operação de resgate de estrangeiros e afegãos no aeroporto de Cabul.
Para o cardeal Jean-Claude Hollerich, arcebispo do Luxemburgo, esta é a oportunidade de os Estados-membros demonstrarem que acreditam nos seus valores, “aceitando, acolhendo e tentando integrar as pessoas”, porque a alternativa é deixar os afegãos “sozinhos com seu medo da morte e da humilhação”.
Neste contexto, o presidente da Comissão dos Episcopados Católicos da União Europeia manifestou também preocupação com a ideia de construir campos de refugiados em países vizinhos do Afeganistão porque são “países politicamente instáveis”, onde existe um “islamismo radical”, e exemplificou que nos campos de migrantes na Líbia e em outros lugares na fronteira da UE as pessoas são maltratadas e exploradas.
Os talibãs querem que o presidente norte-americano cumpra o prazo e as tropas deixem o Afeganistão até dia 31 de agosto.