Os três ativistas do Climáximo que bloquearam a estrada em frente do Museu de História Natural, em Lisboa, vão ser presentes a tribunal, na terça-feira, “por perturbações rodoviárias”.
No dia da ação, as ativistas foram acusadas de crime contra a paz pública.
Segundo Leonor Canadas, agrónoma e uma das arguidas, “não vivemos em paz social”.
“Há muito que o governo e grandes empresas emissoras sabem da destruição da crise climática, e continuam a subsidiar todos os dias infraestruturas que matam. Já não vivemos em paz, porque eles declararam guerra contra as pessoas e o planeta”, acrescenta.
Segundo a ativista, citada em comunicado, “não há paz social num estado de emergência climática provocado de forma premeditada pelos governos e grandes empresas”.
Na visão de Leonor Canadas, “as perturbações causadas” pela ação de protesto “são ínfimas quando comparadas com as perturbações que foram causadas nesse dia pela tempestade que afetou o país, e pela disrupção catastrófica que a crise climática trará a todas as esferas da vida das pessoas”.
A ativista diz-se “serena quanto à ida a tribunal”, explicando que “as consequências legais que enfrenta não são equiparáveis às consequências da inação climática” sendo “o nosso dever lutar pela vida, e parar os culpados”.
O Climáximo tem vindo a promover diversas ações para mostrar que “a crise climática é um ato de extrema violência, e que enquanto não quebrarmos esta falsa sensação de paz social em que vivemos atualmente, e visibilizarmos os planos de destruição que os governos e as empresas têm, não a poderemos travar”.
“A sociedade tem de parar de consentir. Esta é uma luta pela vida de todas nós e tudo o que amamos”, defendem.
O coletivo apela ao direito que os portugueses têm de resistir face à crise climática, à necessidade de parar de consentir com os crimes em curso, e de abrir um debate sério na sociedade sobre como construir verdadeira paz.