O secretário-geral adjunto do PS, João Torres, afirmou este domingo em que as declarações do ex-Presidente da República Cavaco Silva no sábado revelam que "perdeu o sentido de Estado" e que está "inconformado" pela sua "grande impopularidade" no país.
"A agressividade e a violência verbal a que o país ontem assistiu por parte de um antigo primeiro-ministro e antigo Presidente da República revelam que o professor Cavaco Silva perdeu o sentido de Estado que se exige", afirmou João Torres em declarações aos jornalistas à margem da Gala dos 50 anos do PS/Braga, no Theatro Circo.
E prosseguiu: "Essa agressividade e violência verbal que o professor Cavaco Silva utilizou revelam também que está, de alguma forma, inconformado com o facto de ter uma grande impopularidade no nosso país".
Para o dirigente socialista, o mandato presidencial do social-democrata "é um mandato de que nenhum português tem particular boa memória e parece que o professor Cavaco Silva está mal resolvido com o seu passado".
No sábado, Aníbal Cavaco Silva acusou o Governo de ser especialista em "mentira e propaganda", num discurso muito crítico do executivo no 3.º Encontro Nacional dos Autarcas Social-Democratas (ASD), em Lisboa.
"Há que resgatar o debate político porque ele é importante em democracia. Segundo o que vemos, ouvimos e lemos, existem duas áreas em que o Governo socialista é especialista: na mentira, e na propaganda e truques", acusou.
Considerando que o primeiro-ministro, António Costa, "perdeu a sua autoridade", o antigo chefe de Estado afirmou que por vezes os chefes de Governo "decidem apresentar a sua demissão" devido a "um rebate de consciência".