Os diretores de escolas temem que o Governo queira afastar os professores dos lugares de direção dos estabelecimentos de ensino.
O receio surge depois de o ministro da Educação, Fernando Alexandre, ter anunciado um novo estatuto do diretor.
Em declarações à Renascença, o presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas (ANDAEP), Filinto Lima, rejeita a possibilidade de serem colocados gestores na direção das escolas.
“O receio com que nós ficamos é mesmo esse. Poderá estar aqui a ser aberta uma porta para a entrada nas lideranças das escolas de um gestor e não é isso que se pretende”, diz.
Filinto Lima lembra que “as escolas sempre foram geridas e lideradas por professores, eleitos em Conselho Geral, e é isso que nós pretendemos que aconteça”.
“Queremos é mais apoios para os diretores no âmbito da sua ação. Por exemplo, os diretores das escolas não têm qualquer espécie de apoio jurídico e isso é uma das situações que nós iremos reivindicar junto do senhor ministro da Educação”, adianta o presidente da ANDAEP.
As reivindicações não se ficam por aqui. Com o objetivo de preparar um caderno de encargos para entregar ao ministro Fernando Alexandre, os diretores têm cinco reuniões marcadas para esta semana.
As primeiras realizam-se esta segunda-feira no Norte e Centro. E, ainda sem esta ronda feita, é certo que a falta de professores é uma das preocupações a apresentar ao ministro.
“Nós estamos muito preocupados com a escassez de pessoal docente, também a escassez de pessoal não docente em algumas escolas”, aponta Filinto Lima, acrescentando que outra das preocupações é a “recuperação dos 6 anos, 6 meses, 23 dias”.
De acordo com Filinto Lima, do caderno de encargos a apresentar ao ministro, até ao final deste mês, farão parte “outros assuntos que os colegas diretores apresentem”.
O objetivo “é levar um caderno de encargos devidamente fundamentado para que as decisões do ministro da Educação sejam as melhores possíveis”.