Portugal apoia um compromisso que permita ao Reino Unido manter-se na União Europeia, mas sem violar os seus princípios fundadores, afirma o ministro dos Negócios Estrangeiros.
Augusto Santos Silva está "muito confiante" na obtenção de um acordo em relação às reformas na União Europeia reclamadas pelo Reino Unido, que estão a ser discutidas no Conselho Europeu, a decorrer desde quinta-feira em Bruxelas.
"A posição portuguesa é conhecida: nós entendemos que a União Europeia precisa do Reino Unido, tanto quanto o Reino Unido precisa da União Europeia. Estamos disponíveis para que se chegue a um compromisso que permita às autoridades britânicas agirem em favor da permanência do Reino Unido na EU", adiantou o ministro, que falava à agência Lusa no final de um encontro com o seu homólogo andorrano, no Palácio das Necessidades, em Lisboa.
Santos Silva insistiu que "os únicos limites" que Portugal tem "em relação a essa vontade total de compromisso são os princípios fundadores da União e apenas esses".
O primeiro-ministro britânico, David Cameron, instou os parceiros a realizarem reformas em quatro áreas para fazer campanha pelo `sim` no referendo sobre a permanência do seu país entre os 28.
Num esboço de conclusões da cimeira de chefes de Estado e do Governo indicavam-se alterações nos abonos de família, assim como a criação de um "mecanismo de alerta e salvaguarda" para "responder às situações de chegada de trabalhadores de outro Estado membro com uma magnitude excepcional por um longo período de tempo".
Outras questões em cima da mesa relacionam-se com a competitividade, a governação da zona euro e a soberania nacional.
Em ocasiões anteriores, Santos Silva já afirmara que Portugal não aceita o desrespeito pelos princípios da liberdade de circulação e de não-discriminação.