Eduardo Cabrita é o único candidato português ao cargo de diretor executivo da Agência Europeia da Guarda de Fronteiras e Costeira (FRONTEX), sabe a Renascença, e segundo fonte próxima do processo, o ex-ministro da Administração Interna tem "fortes hipóteses" de ficar à frente do cargo.
O processo de seleção surgiu em abril. Em julho terminou o prazo de candidaturas e foi nessa altura que Eduardo Cabrita apresentou a candidatura individual ao cargo máximo da FRONTEX, tendo sido uma das 78 candidaturas internacionais apresentadas.
A Renascença sabe que o ex-ministro da Administração Interna deu nota desta candidatura ao Governo português logo em julho, referindo a mesma fonte que "é evidente que todo o trabalho de preencher a candidatura não se faz sem informar o Governo" e que o terá feito "por cortesia", sendo que "podia não ter dito nada".
Cabrita faz agora parte de um lote restrito de uma "meia dúzia" de candidatos de várias nacionalidades, com a decisão a cargo da Comissão Europeia (CE), que deverá ser tomada até ao final do ano.
À Renascença é dito que Eduardo Cabrita terá sido "incentivado por ministros de outros países" a avançar com esta candidatura e também que o papel de Portugal relacionado com as migrações "favorece" a candidatura do ex-ministro, por oposição, por exemplo, a eventuais candidaturas de países como a Itália ou a Grécia.
É admitido à Renascença por várias fontes que esta candidatura à FRONTEX "tem uma ponderação política", mas que o processo de seleção segue o seu curso.
Cabrita, que abandonou o Governo de António Costa em Dezembro de 2021, após a polémica em torno do acidente de viação que em junho de 2021 vitimou mortalmente um trabalhador de uma obra em curso na A6, candidata-se assim a substituir o francês Fabrice Leggeri que se demitiu em Março.