Uma artista e ativista russa foi condenada a sete anos de prisão esta quinta-feira. O crime foi trocar etiquetas de preços num supermercado por imitações com mensagens contra a guerra na Ucrânia.
Aleksandra Skochilenko, conhecida como Sasha Skochilenko, foi condenada por "espalhar informação falsa sobre o exército russo" em março de 2022. A artista admitiu ter substituído cinco etiquetas de preços num supermercado em São Petersburgo com papéis em que pedia aos clientes para não apoiar a guerra e resistir à propaganda na televisão.
"A inflação semanal atingiu a taxa mais alta desde 1998 por causa das nossas ações na Ucrânia. Parem a guerra", podia-se ler numa das etiquetas.
Noutra etiqueta, Sasha Skochilenko afirma que "Putin tem-nos mentido a partir das nossas televisões durante 20 anos. Agora estamos preparados para justificar a guerra e as mortes sem sentido".
Em outras etiquetas, a artista equipara qualifica a Rússia de "estado fascista", afirma que recrutas russos estão a ser enviados para a Ucrânia e que a Rússia está a usar crematórios móveis para evitar o regresso dos soldados mortos em caixões.
De acordo com a BBC, Sasha Skochilenko declarou-se culpada das acusações. Na declaração final, a artista não deixou de apontar o dedo aos procuradores russos, que "pensam que o nosso Estado e segurança pública podem ser arruinados por cinco pequenos bocados de papel".
A artista vai cumprir a pena numa colónia penal. Segundo o The Guardian, Aleksandra Skochilenko sofreu vários problemas de saúde durante os 19 meses de prisão preventiva, provocados pela recusa dos procuradores em dar os medicamentos adequados para a doença celíaca, um transtorno bipolar e um problema no coração.
A Rússia implementou, pouco depois da invasão à Ucrânia, uma lei contra a divulgação de informação "falsa" sobre o exército. Entre os condenados estão jornalistas como Marina Ovsyannikova, que protestou contra a invasão em direto na televisão russa.