A escolha do Papa era já esperada, mas tornou-se oficial esta segunda-feira. “O Santo Padre nomeou Prefeito do Dicastério para a Cultura e Educação o cardeal José Tolentino de Mendonça”, informa o boletim do Vaticano.
O novo organismo a que vai presidir resulta da reforma da Cúria, promovida pelo Papa Francisco, e reúne as responsabilidades que até agora estavam atribuídas à Congregação da Educação Católica e ao Conselho Pontifício para a Cultura.
Com esta nomeação, o até agora Arquivista e Bibliotecário da Santa Sé (cargos que assumiu em 2018) vai passar a ser uma espécie de “ministro” da Educação e Cultura do Vaticano, ficando com a tutela da rede escolar católica do mundo inteiro - que inclui 1.360 universidades católicas e 487 universidades e faculdades eclesiásticas, num total de 11 milhões de alunos, mais 217 mil outras escolas, frequentadas por 62 milhões de crianças.
No novo cargo, Tolentino Mendonça irá também ficar responsável pelo diálogo da Igreja universal com o mundo da cultura, coordenando as atividades de inúmeras Academias Pontífícias, como a de Belas Artes e Letras, a de Arqueologia, ou a de Teologia, entre outras.
O cardeal madeirense, de 56 anos, vai substituir no ex-Conselho Pontifício para a Cultura o cardeal Gianfranco Ravasi, que completa os 80 anos em outubro, e na ex-Congregação da Educação Católica o cardeal Giuseppe Versaldi, que fez 79 anos em julho.
De acordo com o boletim diário do Vaticano, o padre Giovanni Cesare Pagazzi foi escolhido pelo Papa para secretário do Dicastério para a Cultura e a Educação, e D. Angelo Vincenzo Zani será o novo Arquivista e Bibliotecário da Santa Sé.
José Tolentino Mendonça nasceu em Machico, no Funchal, a 15 de dezembro de 1965. Poeta, ensaísta e investigador, é doutorado em Teologia Bíblica. Foi ordenado padre em 1990 e bispo em 2018. É cardeal desde outubro de 2019.
Em Portugal foi vice-reitor da Universidade Católica (UCP) e responsável pela Pastoral da Cultura da Conferência Episcopal Portuguesa.