Brexit e refugiados: em que é que ficamos?
28-09-2018 - 12:40

Begoña Íñiguez e Olivier Bonamici regressam ao “Visto de Fora” na Renascença. Na primeira edição da nova temporada os dois jornalistas falaram sobre o Brexit e a possibilidade (real?) de um novo referendo, bem como da crise de migrantes que parece não ter fim à vista.

Um Brexit em que ninguém se entende

Os trabalhistas britânicos abriram porta à hipótse de um novo referendo e há mesmo uma nova sondagem que mostra que, se fosse hoje o referendo, poderia querer ficar e não sair. Para Begoña Iñiguez o problema é que "o relógio não pára". Há cada vez mais britânicos arrependidos da saída, mas pode ser tarde de mais. Já Olivier Bonamici, diz que "o caos está instalado, porque mesmo dentro dos próprios partidos Trabalhista e Conservador, não há uma posição de união quanto ao assunto", por isso é complicado haver um revés. O final de Março é o limite e estamos praticamente em Outubro e "nem sequer sabemos qual vai ser o acordo entre o Reino Unido e a União Europeia". Preocupante para a Inglaterra é o baixo crescimento, a Libra também se ressente" e o problema é que a saída foi decidida democraticamente, portanto não se pode ignorar essa decisão.

Begoña lembra que a sociedade britânica já estava muito dividida, mesmo na altura do referendo, com a população mais urbana a defender a permanência e a rural a querer a saída.

Refugiados: por que é que ninguém quer receber o Aquarius?

Tema que continua a marcar a actualidade europeia é a dos refugiados. Há novo episódio com o navio Aquarius. Begoña lembra que há um acordo entre Portugal, França e Espanha, e que estes países são os únicos a ter alguma sensibilidade neste tema. Em Espanha recebemos mais de 26.000 imigrantes no sul de Espanha (nas zonas e Tarifa e Cádis), mas a estrutura de acolhimento está a ficar sobrecarregada. Há sensibilidade, mas não há como ajudar". Do lado francês, Olivier diz que lhe dá "vómitos esta situação de ter um navio cheio de refugiados às voltas no Mediterrâneo. Não entendo. Podemos reconhecer que não temos capacidade para acolher todos, mas tem de haver um mínimo de Humanidade. E em França, 50% dos franceses são contra os migrantes, 74% acham que o Aquarius não deviam aportar em Marselha, o que diz tudo sobre essa cidade francesa e sobre a própria Humanidade".

A correspondente espanhola diz que Olivier "tem razão", mas que tem de haver solidariedade por parte de todos e não só de meia dúzia de países do sul da Europa. Porque são casos que se vão multiplicar. E Itália ou Espanha não podem acolher todos".


Este conteúdo é feito no âmbito da parceria Renascença/Euranet Plus – Rede Europeia de Rádios. Veja todos os conteúdos Renascença/Euranet Plus