O socialista Manuel Pizarro vai ser hoje empossado ministro da Saúde pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, em cerimónia no Palácio de Belém, prevista para as 18h00.
Manuel Pizarro, de 58 anos, foi secretário de Estado da Saúde no segundo executivo de José Sócrates. Na altura era Ana Jorge a ministra.
Licenciado em Medicina pela Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, Manuel Pizarro foi especialista em Medicina Interna no Hospital de São João, no Porto, e diretor clínico do Hospital da Ordem da Trindade, na mesma cidade.
No panorama político, Pizarro foi por duas vezes candidato derrotado a presidente da Câmara Municipal do Porto, é o líder da Federação do Porto do PS, foi nono na lista de candidatos a eurodeputados socialistas nas últimas eleições para o Parlamento Europeu (PE). Foi também deputado eleito pelo círculo do Porto em duas legislaturas consecutivas.
Mais recentemente, substituiu Carlos Zorrinho na liderança dos eurodeputados do PS no PE.
Na sexta-feira, o ministro indigitado elogiou a titular cessante da pasta, Marta Temido, e afirmou que regressa a Portugal "cheio de determinação" para defender o Serviço Nacional de Saúde (SNS).
À direita a oposição criticou a escolha de um ministro que pertence ao aparelho do PS, enquanto à esquerda os partidos pediram que a mudança de ministro seja acompanha por políticas diferentes e de reforço do SNS.
A Associação Nacional dos Médicos de Saúde Pública considerou que a nomeação de Pizarro é uma solução equilibrada entre uma "política de continuidade" e um profissional que "conhece os problemas por dentro", enquanto a Federação Nacional dos Médicos receia que a aplicação do programa do Governo leve ao fim do SNS "dentro de pouco tempo", independentemente de quem for o ministro da Saúde.
Já o bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, considerou que a escolha de Manuel Pizarro é "uma decisão sensata" que recai sobre alguém "tecnicamente preparado e com peso político".
Manuel Pizarro substitui Marta Temido, de 48 anos, pediu a demissão do cargo de ministra da Saúde no passado dia 30 de agosto, mas António Costa pediu-lhe que se mantivesse em funções mais algumas semanas até à aprovação do diploma que regulamenta o SNS.
O diploma em questão foi aprovado na última quinta-feira em Conselho de Ministros e apresentado pela própria Marta Temido.
A demissão de Temido aconteceu seis meses depois do terceiro Governo de António Costa iniciar funções. Nos últimos meses, a ministra demissionária esteve a braços com a polémica de encerramento de serviços de urgência em vários hospitais, em concreto as de obstetrícia e ginecologia.
Natural de Coimbra, Marta Temido era ministra da Saúde desde outubro de 2018, altura em que substituiu nessas funções Adalberto Campos Fernandes.