Mais de 360 milhões de cristãos em todo o mundo são perseguidos por causa da sua fé, revela a World Watch List 2022, o relatório anual da organização Portas Abertas-Open Doors divulgado esta semana.

O documento revela que em cerca de 100 países a perseguição aumentou em termos absolutos.

Mais de 5800 cristãos foram mortos por motivos relacion ados com a sua fé entre 1 de outub ro de 2020 e 30 de setembro de 2021, um número que é cerca de 23% superior ao do ano anterior.

O diretor deste organismo em Itália reconhece que "desde que realizamos este reltório, já 30 anos, este é o nível mais elevado em termos absolutos de perseguição".

Christian Nani indica que "um cristão em cada sete no mundo é perseguido, em África um cristão em cada cinco, na Ásia dois em cada 5".

Em seu entender, "estamos a assistir ao crescimento de um fenómeno que diz respeito à vida de comunidades e de indivíduos cristãos, sob vários pontos de vista".

Para este responsável, "a falta de proteção endémica por parte de governos que não querem ou não podem proteger os cristãos das comunidades por vários motivos políticos ou religiosos, gera uma espécie de impunidade dos perseguidores, que leva a novas perseguições".

Afeganistão, o país mais perigoso

O relatório deste ano da organização Portas Abertas-Open Doors viu acontecer uma mudança no topo da lista dos países mais perigosos em termos de perseguição à comunidade cristã.

Depois de liderar a lkista cerca de 20 anos, a Coreia do Norte cai para o segundo lugar, ultrapassada pelo Afeganistão que é agora o país mais perigoso do mundo para os cristãos.

Isto acontece precisamente depois da ascensão ao poder dos Talibã.

Neste ranking, refira-se que entre os dez primeiros estão sete países africanos, onde os movimentos jihadistas estão a desenvolver-se cada vez mais.

Só na Nigéria, já morreram 4650 pessoas, vítimas desta perseguição religiosa.

Também na Índia, os direitos das minorias cristãs estão em "risco" devido à ascensão da ideologia nacionalista hindu.

Outro fenómeno considerado grave neste relatório são os milhares de cristãos que fogem dos seus países, como é o caso da Nigéria, Irão, Mianmar, "onde o exército atacou igrejas e prendeu líderes cristãos".