O vice-ministro chinês dos Negócios Estrangeiros, Ma Zhaoxu, disse esta sexta-feira ao homólogo iraniano, Ali Bagheri, que a China espera que "todas as partes" trabalhem em conjunto para preservar a segurança das vias navegáveis do mar Vermelho.
"A situação tensa no mar Vermelho surgiu em resultado do conflito de Gaza. A China apela a todas as partes envolvidas para que salvaguardem conjuntamente a segurança das vias navegáveis do mar Vermelho, de acordo com a lei, e respeitem a soberania e a integridade territorial dos países ao longo do mar Vermelho", sublinhou Ma num encontro em Pequim, de acordo com um comunicado da diplomacia chinesa.
Bagheri afirmou que o Irão atribui "grande importância" à manutenção da segurança da navegação nas águas do Mar Vermelho, mas observou que devem ser criadas "condições de estabilidade", o que incluiria "encontrar soluções para o conflito em Gaza".
"O Irão está pronto a reforçar a comunicação e a coordenação com a China para promover conjuntamente a paz e a estabilidade regional e mundial", afirmou Bagheri, ainda de acordo com a nota.
Sobre o conflito israelo-palestiniano, Ma disse que Pequim quer "trabalhar com os países islâmicos, incluindo o Irão, para promover uma solução abrangente, justa e duradoura para esta questão".
Bageheri respondeu que o cessar-fogo e o fim da guerra em Gaza devem ser alcançados "o mais rapidamente possível", acrescentando que o seu país se opõe à "imposição de uma solução" ao povo palestiniano.
Os rebeldes Huthis, apoiados pelo Irão, começaram a atacar, em meados de novembro, os navios que navegam no mar Vermelho, que transporta cerca de 15% do comércio mundial, no âmbito das suas operações contra a guerra de Israel na Faixa de Gaza.
Estas operações obrigaram várias companhias de navegação a alterar rotas, com os consequentes efeitos económicos globais, levando os Estados Unidos a liderar uma coligação internacional para intervir e evitar consequências para o comércio mundial.
Nos últimos anos, Pequim, que estreitou laços com Teerão, manifestou repetidamente oposição às sanções dos EUA contra o Irão e o apoio ao reinício das conversações para implementar o acordo nuclear iraniano, que foi abandonado por Washington em 2018.