Costa "está a candidatar-se ao lugar” que ocupa há oito anos
03-10-2023 - 11:52
 • Beatriz Pereira

O comentador da Renascença João Duque diz que o primeiro-ministro "portou-se bem" na entrevista de segunda-feira, referindo que Costa "está com projetos na manga".

Depois da entrevista a António Costa, na segunda-feira, à CNN Portugal, o comentador da Renascença João Duque analisou as palavras do chefe do Governo, que respondeu às questões sobre habitação, educação, salários e saúde.

Para João Duque, que esteve presente durante a entrevista, o primeiro-ministro “portou-se bem”, considerando que António Costa “estava satisfeito com a sua performance”.

“Ele estava sensibilizado com as pessoas que se manifestaram na rua, sempre a falar do futuro”, aponta.

João Duque refere que Costa falou sobre aquilo que está e vai ser feito no país, sugerindo que o primeiro-ministro “está a candidatar-se ao lugar” que ocupa há oito anos.

“Ele está com projetos na manga, não assumindo um bocadinho a responsabilidade daquilo que se passou e daquilo que se está a passar, atirando as culpas para um enquadramento que ele acha que era imprevisível”, afirma.

O comentador d'as Três da Manhã diz que António Costa achava, até há um ano atrás, que não havia problema nenhum e que foi “a subida das taxas de juro que vem agudizar o problema daqueles que estão endividados ou daqueles que têm que alugar uma casa”.

Questionado pela jornalista da CNN sobre os casos de pessoas que vivem nas tendas, por não conseguirem arrendar casas, João Duque diz que o primeiro-ministro não respondeu com soluções para esse problema, ficando “de fora esclarecimentos” sobre o assunto.

Já sobre a crise da habitação e o travão às rendas nos 2%, o comentador da Renascença diz que “nós temos experiência empírica do que significou no passado, pela mão de Salazar”.

“O [travão] é terrível porque afasta completamente o investimento do mercado imobiliário e o que nós tivemos foi décadas de um travão na subida das rendas e isso acabou com o mercado de arrendamento nas cidades em Portugal, e portanto não é aceitável manter este tipo de travões”, atira.

João Duque alerta que este tipo de medidas que se “faz uma vez, por motivos excecionais” deve ser anunciado logo o seu fim. “Deve dizer-se imediatamente que é a primeira e única e acabou, porque senão afasta toda a gente e tem terríveis consequências”, explica.