Já chegou a Portugal Paulo Fonseca, ex-treinador da Roma e do Shakhtar Donetsk.
Na breve conferência de imprensa que deu, depois de ter viajado mais de 30 horas com a mulher e com o filho de três anos, o técnico começou por agradecer "ao Shakhtar Donetsk, que nos acolheu nos primeiros dias, depois agradecer à embaixada portuguesa, sem ela não estaríamos aqui, foram eles que nos transportaram de Kiev para a Roménia, e depois a passar a fronteira. E um agradecimento muito especial a uma pessoa, o presidente da Federação Portuguesa de Futebol, que entrou em contacto com o presidente da federação ucraniana, foram muito importantes para a nossa passagem principalmente na fronteira".
Descrevendo o cenário que encontrou enquanto procurava sair da Ucrânia, Paulo Fonseca admitiu "sentir pânico" com a situação e recordou os momentos traumáticos que viveu: "Sentimos muito medo com as bombas a caírem perto de nós".
"Foi muito difícil deixar aquele povo"
A saída da Ucrânia "foi uma viagem difícil, não tanto pelo que fomos vendo. Vimos colunas militares, parámos uma vez ou outra e ouvimos sirenes, aviões a passar. A viagem foi muito longa, quase sem parar praticamente, sempre com o sentimento de perigo. Isso era o pior. Havia filas de trânsito em todo o lado, não havia comida e gasolina em áreas de serviço".
Ao lado da mulher, de nacionalidade ucraniana, Paulo Fonseca reconhece ser "muito difícil deixar aquele povo".
"Eles estão a sofrer muito e a lutar muito para defender a pátria. O presidente é o primeiro. Havia uma lista enorme de pessoas que queriam entrar na Ucrânia para ajudar o exército. Nós podemos ver inúmeras figuras públicas que se alistaram para lutar. Vai ser difícil para aquele povo, mas acho que eles já ganharam esta guerra. Temos muitos amigos que se alistaram e estão a defender a Ucrânia", disse aos jornalistas.