Provando que o Grande Prémio de Singapura foi à exceção à regra de 2023, Max Verstappen regressou este domingo às vitórias na Fórmula 1. O neerlandês liderou a corrida de forma confortável, e os pontos da vitória foram suficientes para dar à Red Bull o título de construtores, ainda com seis corridas por disputar.
A equipa conquistou o sexto título do campeonato de construtores, o segundo consecutivo - tem, por agora, 318 pontos de vantagem sobre a Mercedes, segunda classificada. Os primeiros quatro títulos da Red Bull chegaram todos de forma consecutiva, entre 2010 e 2013, quando o piloto dominante era Sebastian Vettel.
Verstappen segurou a vitória depois de escapar aos ataques de Lando Norris e Oscar Piastri nas primeiras duas curvas. Tal como Norris previu, depois disso não havia resposta possível ao Red Bull - a diferença chegou a ser de 30 segundos mas, no fim das 53 voltas, Max Verstappen estava 19,3 segundos na frente.
O único outro momento em que a liderança do piloto da Red Bull esteve em risco foi no retomar da corrida após a intervenção do Safety Car. A prova esteve neutralizada para limpar os detritos resultantes de toques logo na partida, ainda antes da primeira curva, enquanto os pilotos lutavam por posição numa pista mais estreita que as congéneres mais modernas.
Esteban Ocon (Alpine) procurava cortar o caminho a Valtteri Bottas (Alfa Romeo), que não teve alternativa senão continuar a encostar-se à beira da pista. Esse movimento deixou Alexander Albon (Williams) sem espaço - o toque entre Albon e Bottas fez o Williams tirar duas rodas do chão brevemente, e provocou danos que acabariam por resultar na desistência de ambos.
Charles Leclerc (Ferrari) quase ameaçou o primeiro pódio da carreira de Oscar Piastri, mas acabou por ficar no quarto lugar, isolado. Hamilton (Mercedes), Sainz (Ferrari) e Russell (Mercedes) seguiram atrás. Antes, os Mercedes voltaram a lutar entre si por posições, com cautelosas cotoveladas, sempre no limite do aceitável.
Mais de 17 segundos atrás, as posições pontuáveis foram fechadas por Fernando Alonso (Aston Martin), Ocon e Pierre Gasly (Alpine).
A desistência de Schrödinger (e mais quatro)
Apesar do dia vitorioso para a Red Bull, o outro piloto da equipa, Sergio Pérez, acabou a corrida nas boxes, depois de mudar duas vezes a frente do carro - a primeira depois de ser tocado por Sainz na partida, a segunda depois de uma ultrapassagem demasiado optimista que resultou num toque em Kevin Magnussen (Haas).
Com a intenção de poupar os componentes mecânicos, Pérez desistiu da corrida na 15.ª volta, ao mesmo tempo que os comissários atribuíram uma penalização de cinco segundos pelo acidente evitável com Magnussen. Com tempo de ler a fundo o regulamento desportivo, já que Verstappen não precisava de ajuda nenhuma, a Red Bull percebeu que poderia enviar Pérez de novo para a pista, para evitar que a penalização, não cumprida, fosse transferida para a corrida seguinte.
E assim fez, colocando o mexicano de novo a rodar na volta 40. Cumprida a tarefa, três voltas depois, Pérez regressaria ao estado de desistente.
Logan Sargeant, da Williams, também desistiu, depois de usar o carro reconstruído - na sequência do acidente na qualificação, no sábado - para atirar Bottas para um pião. A outra desistência, de Lance Stroll (Aston Martin), deveu-se a uma falha estrutural na asa traseira.
O Campeonato do Mundo de Fórmula 1 regressa às corridas a 6, 7 e 8 de outubro, para o Grande Prémio do Qatar. Disputado em formato sprint, o fim de semana conta com qualificação na sexta-feira (18h portuguesas), corrida sprint no sábado (18h30) e corrida normal no domingo (18h).
Com 177 pontos de vantagem sobre o segundo classificado e 180 por disputar nos seis Grandes Prémios que restam, Verstappen não está longe de revalidar o título, precisando apenas de marcar três pontos no Qatar para o fazer. O único piloto que o poderia derrotar é o colega de equipa, assegurando a segunda dobradinha consecutiva para a Red Bull.