Fernando Negrão não tem a certeza de que não venham a existir mais casos de falsas presenças de deputados do PSD no Parlamento.
No dia em que se viu confrontado com mais uma situação no seu grupo parlamentar, o líder da bancada social democrata avisa que “ninguém tem a garantia de que infrações não sejam cometidas. Eu quero acreditar que não se repita mais esta situação.”
“Não acredito que haja mais casos e espero que não aconteçam mais casos, porque obviamente são casos censuráveis e que merecem condenação. Naturalmente falo com os deputados e não tenho razão nenhuma para lhe dizer que vão acontecer outros casos”, disse, em declarações à Renascença.
Negrão diz que está disposto a endurecer as sanções para situações como estas. “Perante novos acontecimentos, novos comportamentos temos que alargar o âmbito das competências internas nos partidos", diz.
Se externamente a sanção dos deputados deve ser política, dada, em última análise, pelos eleitores, já internamente, nos partidos, é preciso "ir um bocadinho mais longe do que as questões meramente políticas", acrescentou.
O conselho de jurisdição nacional do PSD, defendeu, deve fazer uma reflexão sobre o assunto. "Seria um bom veículo para alargarmos o campo de censura de alguns comportamentos", afirmou ainda.
Negrão comentou ainda as declarações feitas esta tarde por Carlos César. O líder da bancada parlamentar do PS disse que afastaria da bancada qualquer deputado do seu grupo que agisse dessa forma.
“Carlos César não tem a mínima legitimidade para se pronunciar sobre estes casos e casos que ocorrem no âmbito da Assembleia da República. Porque Carlos César tem um problema pendente que diz respeito às viagens entre as regiões autónomas e o continente para prestar funções na Assembleia da República”, atirou Fernando Negrão.
“Esse caso que envolve Carlos César ainda não está esclarecido, e porque não está esclarecido, se nós aplicássemos a regra que ele enunciou, de afastar os deputados que tiverem problemas, ele não seria presidente da bancada parlamentar do PS, muito menos deputado do PS.”
“Carlos César não se pode meter na vida dos outros partidos, nem deve, até porque tem telhados de vidro”, conclui.