Doação e transplantação de órgãos aumentam após dois anos de pandemia
02-05-2022 - 21:05
 • Lusa

Face a 2020, a doação de órgãos de dador falecido aumentou cerca de 19%, com mais 49 dadores, verificando-se ainda um aumento de 12% na transplantação com mais 86 órgãos transplantados em 2021.

A doação e transplantação de órgãos, tecidos e células está a aumentar em Portugal, após a reorganização da atividade dos hospitais provocada pela pandemia, anunciou esta segunda-feira o Instituto Português do Sangue e da Transplantação (IPST).

"Após dois anos de pandemia, que obrigaram a uma reorganização da atividade hospitalar, assistimos à retoma da atividade de doação e transplantação de órgãos, tecidos e células, com aumento de forma generalizada em todas as áreas", adiantou o IPST em comunicado.

Segundo o instituto, em relação a 2020, a doação de órgãos de dador falecido aumentou cerca de 19%, com mais 49 dadores, verificando-se ainda um aumento de 12% na transplantação com mais 86 órgãos transplantados em 2021.

"O número de transplantes realizados a partir de dador vivo apresenta um ligeiro decréscimo, quando comparado com a atividade de 2020. Ainda assim, destaca-se realização de dois transplantes renais ao abrigo do protocolo internacional com Espanha e Itália", salientou ainda o IPST.

De acordo com o instituto, a atividade com tecidos e células apresenta também tendência crescente, com aumento de cerca de 15% do número de tecidos colhidos.

"Relativamente à atividade com células, mantém-se estável o número de dadores tipados, mas verifica-se um aumento do número de transplantes de progenitores hematopoiéticos realizados em 2021 de cerca de 4%", refere o comunicado.

A nível europeu, todos os anos, milhares de pessoas são colocadas em lista de espera ativa para transplantação e, em 2020, primeiro ano da pandemia, 43.183 novos doentes foram inscritos, dos quais 750 portugueses.

Na terça-feira, o IPST divulga os dados da atividade de colheita e transplantação de órgãos, tecidos e células em 2021, numa sessão que servirá para lançar o debate sobre a colheita de órgãos em dadores em paragem cardiocirculatória controlada, como forma de melhorar a resposta do Serviço Nacional de Saúde nesta área.

O IPST é a entidade que garante e regula a medicina transfusional e da transplantação e que é responsável pela colheita, análise, processamento, preservação, armazenamento e distribuição de sangue, de componentes sanguíneos, de órgãos, tecidos e células.