A Agência Europeia de Gestão da Cooperação Operacional nas Fronteiras Externas (Frontex) "está preparada para oferecer qualquer ajuda adicional que Espanha possa necessitar" na crise migratória em Ceuta, anunciou esta terça-feira um porta-voz da agência.
"A Frontex e Espanha mantêm há muitos anos uma estreita cooperação nas fronteiras externas", disse o porta-voz da agência sediada em Varsóvia, num breve comentário sobre a situação na cidade autónoma espanhola que faz fronteira com Marrocos.
A agência europeia comunicou, no dia 29 de janeiro, através do seu diretor, Fabrice Leggeri, que a Frontex tinha estabelecido "o quadro operacional e jurídico para operar em Espanha" ao longo de 2021.
Leggeri disse na altura que a agência tinha "257 agentes destacados para apoiar a Espanha no Mediterrâneo ocidental, como parte da 'Operação Indalo', e nas Ilhas Canárias, incluindo mais 11 funcionários diretamente da Frontex".
Leggeri acrescentou que a agência europeia estava pronta para aumentar a "capacidade operacional" e que iria cooperar estreitamente com as autoridades espanholas.
No sítio oficial, a Frontex afirma colaborar com as autoridades espanholas na apreensão de drogas, armas e contrabando de cigarros, através das operações Indalo, Minerva e Hera, que mobilizam 180 agentes, devendo voltar a juntar-se a agentes fronteiriços espanhóis este verão, na Operação Minerva, para controlar e registar viajantes provenientes de Marrocos que chegam a Ceuta e Melilla, os únicos territórios com fronteira física entre a União Europeia e África.
A cidade de Ceuta deparou-se esta manhã com milhares de imigrantes procedentes de Marrocos a vaguear pelos bairros da cidade, segundo descreveram as agências internacionais.
Desde segunda-feira, cerca de 8.000 migrantes (incluindo 1.500 menores), um "número recorde", segundo as autoridades espanholas, entraram ilegalmente em Ceuta, a nado, com recurso a embarcações insufláveis ou trepando as altas cercas fronteiriças que separam este enclave espanhol do território marroquino.
Nas últimas horas, o Governo espanhol anunciou a deportação, até ao momento, de cerca de 2.700 migrantes (adultos) para Marrocos, tendo ainda mobilizado várias unidades do exército espanhol e de outras forças de segurança para Ceuta, de forma a controlar as ruas da cidade e a zona de fronteira.
O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, garantiu esta terça-feira que o Governo de Espanha irá utilizar "a máxima firmeza" para restaurar a normalidade na cidade de Ceuta.