O ministro da Educação garante que “há uma janela escancarada para continuarmos a trabalhar questões gerais com a valorização das carreiras” dos professores.
No final de uma reunião com os sindicatos, João Costa respondeu assim aos jornalistas quando questionado, concretamente, sobre as reivindicações dos sindicatos sobre a recuperação do tempo de carreira que ficou congelado.
Sem dizer diretamente sim ou não, referiu que, “neste momento, existe total disponibilidade para, assim que fecharmos este assunto do recrutamento, continuarmos sentados à mesa com as organizações sindicais”.
Perante a insistência dos jornalistas, João Costa sublinhou que o tempo de serviço não diz apenas respeito à carreira docente, mas a toda a administração pública e, por isso, quando se fala no tempo de serviço dos professores, a discussão deve ser alargada às restantes carreiras.
Quanto à situação concreta dos professores, o ministro da Educação recordou que o impacto do congelamento do tempo de serviço não foi o mesmo para todos os profissionais.
"Temos, dentro do conjunto dos professores, um segmento que, em termos da sua remuneração e expectativa de progressão, ficou muito mais prejudicado do que outros. É para isso que estamos a olhar. Não tratar de forma igual o que é diferente, mas olhar para especificidades que existem", afirmou João Costa.
João Costa falava no fim de uma maratona negocial com os sindicatos que começou pelas 10h30 desta sexta-feira, tendo sido apenas interrompida para almoço.
O governante voltou a enaltecer a aproximação entre as partes em várias matérias e lembrou que estão criadas condições “para vincular ainda este ano mais de 1.500 docentes”.
Sindicatos não abrem mão do tempo de serviço
À saída da reunião, o sindicalista José Feliciano Costa, da Fenprof, traçou algumas linhas vermelhas para alcançar um acordo com o Governo.
“O protocolo implica a calendarização para a negociação da recuperação do tempo de serviço, da questão das quotas e vagas, da aposentação e esse ainda não aconteceu. Enquanto isso não estiver em cima da mesa não há nenhum acordo”, declarou José Feliciano Costa.
Na quinta-feira, o primeiro-ministro reafirmou que não há condições para devolver o tempo de serviço aos professores, porque a evolução financeira do país não permite essa despesa permanente.