"Não gastamos energia a mudar as pessoas". Montenegro volta a segurar ministra da Saúde
15-11-2024 - 00:03
 • Tomás Anjinho Chagas

Oposição tem pressionado para saída de Ana Paula Martins do Governo e o Presidente da República pediu que consequências sejam apuradas "doa a quem doer". Mas o primeiro-ministro permanece irredutível e garante que está focado em resolver os problemas, e não em mudar os protagonistas.

Em plena crise no setor da saúde, Luís Montenegro volta a segurar a ministra da Saúde e rejeita demitir Ana Paula Martins do Governo. Durante um discurso feito esta quinta-feira, em Castelo Branco, num evento dedicado ao Orçamento do Estado, o primeiro-ministro voltou a reiterar a confiança na atual ministra, que tem estado debaixo de fogo nas últimas semanas.

"Nós não estamos aqui para mudar pessoas. Estamos aqui para assumir responsabilidades, mas o que queremos mudar é a capacidade de resposta dos serviços, queremos é soluções", atirou.

Luís Montenegro repete a estratégia de não deixar cair a ministra da Saúde. Esta quinta-feira o presidente da República pediu que sejam apuradas responsabilidades "doa a quem doer".

Antes, o primeiro-ministro já tinha anunciado um plano para resolver os constrangimentos registados nas últimas semanas com o INEM, mas neste discurso afirmou que o que aconteceu "não é diferente do que aconteceu nos últimos anos" e assinala que o problema em torno do SNS é "muito profundo".

Luís Montenegro revelou ainda que o PSD vai apresentar uma proposta para evitar que as receitas no INEM sejam desviadas. Esta foi uma ideia deixada também esta quinta-feira pelo ministro Leitão Amaro, que acusou o antigo executivo socialista de retirar receitas próprias do INEM para fazer diminuir a dívida pública.

OE: Montenegro promete abertura, mas não demasiada

Esta sexta-feira é o último dia para os partidos entregarem propostas de alteração ao Orçamento do Estado na fase da especialidade. Luís Montenegro assinala que o Governo está aberto a negociar, desde que isso não transfigure o documento que foi aprovado na generalidade.

"Não dispondo de maioria absoluta no Parlamento, o Governo terá de ter abertura e humildade de procurar a forma de viabilizar as suas políticas no Parlamento. Mas isso nunca poderá significar sucumbir à linha de orientação que o povo português escolheu nas eleições", afirmou o primeiro-ministro, num jantar comício, esta quinta-feira à noite, em Castelo Branco.

O líder do PSD aproveitou para assumir que vê as sondagens publicadas, mas garantiu que nunca muda a sua atuação por causa disso.