Luis Montenegro começa a campanha oficial sem quebrar o “tabu” como lhe chamou Pedro Nuno Santos, isto é, sem dizer se viabiliza um governo minoritário do PS. Ao longo das próximas duas semanas, a pergunta vai continuar a ser feita e, muito provavelmente, ficará sem resposta.
Nas últimas intervenções o líder do PSD tem apelado ao voto útil e no comício de pré-campanha, em Cascais, que contou com a presença de Francisco Pinto Balsemão, Montenegro falou até para os possíveis eleitores do Chega, dos que querem usar o voto como protesto. Aí deixou o aviso que o voto de protesto só vai beneficiar o “infrator”, ou seja, o PS.
“Independentemente da legitimidade desses programas mais específicos, da vontade de protesto, se querem ter um governo novo, só há uma opção que é votar AD. O voto de protesto é legítimo, mas não muda o governo. Pelo contrário, o voto de protesto beneficia o infrator, beneficia o PS”, avisou Luis Montenegro no jantar comício de Cascais.
Durante as duas semanas de campanha oficial, o líder do PSD vai percorrer praticamente todo o país, repetindo mesmo alguns distritos. Luís Montenegro só vai deixar de fora da volta da Aliança Democrática (AD) as regiões autónomas, Açores e Madeira..
Luis Montenegro vai apostar tudo a Norte e, sobretudo, em Vila Real e Bragança, onde a caravana irá passar duas vezes. São precisamente os dois distritos onde o PSD perdeu para o PS um deputado em cada círculo eleitoral nas legislativas de 2022.
De salientar que Vila Real elege apenas cinco deputados - tem 3 do PS e 2 do PSD. Em Bragança são eleitos 3 e, atualmente, um é do PSD. A AD candidata nestes distritos dois autarcas, o presidente da câmara de Bragança, Hernâni Dias e o autarca de Valpaços, Amílcar Almeida.
A campanha vai andar de norte para sul, mas regressa ao norte e vai ao Alentejo. À medida que o programa vai sendo definido, as ações de campanha aumentam, por exemplo, na próxima quarta feira o dia começa em Lisboa, passa por Setúbal e termina em Évora com seis ações de campanha.
Nuno Melo com Covid-19 falha três primeiros dias
O líder do CDS-PP, Nuno Melo vai estar ao lado de Luís Montenegro na volta da AD, mas não no arranque oficial. O líder centrista está infetado com Covid-19 e a assesdoria de imprensa dos centristas já fez saber que estará fora da caravana nos primeiros três dias.
Já o líder do Partido Popular Monárquico (PPM) estará fora da campanha da AD todo o tempo e será o dirigente Valdemar Almeida, vice-Presidente da Mesa do Congresso e do Conselho Nacional, quem vai acompanhar o líder da coligação.
Segundo uma fonte da campanha da AD, a presença de Gonçalo da Câmara Pereira não está prevista. Aliás, o líder do PPM já ficou de fora, por exemplo, da Convenção da AD, que se realizou em janeiro.
Ao longo das duas semanas de campanha oficial, a AD vai dar prioridade ao contacto de rua, apesar de estarem também previstas visitas a feiras, mercados, empresas e, por exemplo, no Algarve e em Beja, visitas a herdades agrícolas.
A caravana irá repetir ainda distritos como Guarda, Aveiro, Braga e Porto. Em Lisboa, o maior círculo eleitoral, que elege 48 deputados, a campanha oficial da AD estará apenas no último dia, na sexta-feira, 8 de março.
À entrada da última semana de campanha, a 3 de março, dia de voto antecipado, Montenegro começa o dia na Figueira da Foz, onde Pedro Santana Lopes é o presidente da câmara. O antigo líder do PSD foi, de resto, a surpresa na convenção da AD.
Há outros notáveis e antigos líderes dos dois partidos que podem surgir ao lado de Luis Montenegro, mas que serão anunciados mais tarde, tal como aconteceu no comício em Penafiel que contou com a presença de António Lobo Xavier do CDS ou como em Cascais, num comício que contou com Francisco Pinto Balsemão.